O Fantasma, comentado por Diogo Alvim
'O Fantasma'
Comentado por Diogo Alvim
A partir das dobras nocturnas da cidade, Diogo Alvim comenta 'O FANTASMA' (João Pedro Rodrigues, 2000) e descobre nessa figura intermédia e furtiva (a do fantasma) uma imagem para aquilo que se considera perverso ou fora da norma e se procura esconder, também no território.
Diogo Alvim descobre e segue ainda essa figura intermédia ou fluída no som. Concentra-se na relação entre lixo (que Sérgio, a personagem principal do filme, recolhe) e ruído, e em como tradicionalmente este último se opõe à música, oposição diluída pela composição sonora do filme. Concentra-se também no animal e na máquina, ou na oposição entre natural e artificial, e comenta como o filme trabalha, mais uma vez, na não oposição entre esses dois mundos – e o Diogo faz-nos ouvir nas máquinas de O FANTASMA os uivos de animais ao longe ou o vento a circular num terreno vazio.
Finalmente, Diogo Alvim propõe, a partir do filme, um percurso por uma Alvalade escondida – de onde se ouve a outra, organizada e racional. Um percurso para fazer de noite.