Arquivo Geral e Histórico

Cedo o Concelho de Lisboa sentiu a necessidade de guardar, para futura utilização, os documentos mais importantes relativos à cidade e aos seus habitantes. Inicialmente a documentação pouco volumosa encontrava-se guardada numa arca, designada como arca das escrituras. 

Mais tarde no sentido de se evitar a perda de alguma documentação, optou-se por trasladar a documentação para um livro na Câmara, que, apesar de preso a uma corrente, estava disponível para consulta. No século XVI ocorreu a primeira divisão da documentação em códices, segundo critérios de organização temática ou de acordo com a sua proveniência.

Aparentemente o Arquivo manteve-se desde finais do século XVII até inícios do século XVIII, na Casa de Santo António, junto à Sé, e procedeu-se à cópia sistemática de todos os códices, de forma a preservar os originais. Em 1741 o arquivo instalou-se no Rossio, onde permaneceu até ao grande terramoto de 1755, após o qual transitou para o Palácio dos Condes de Almada. Em 1774 o Arquivo ocupa uma sala no edifício dos Paços do Concelho, mas, em 1780, mudou para a Casa da Índia e para o palácio da Inquisição, em virtude de a rainha D. Maria I ter decidido utilizar os Paços do Concelho como Paço Real.
Apenas no final desse século, o arquivo regressou à praça do município, onde permaneceu até 1863, quando um violento incêndio destruiu quase totalmente o edifício dos Paços do Concelho. Durante as obras de reconstrução, a documentação foi transferida para o edifício das Sete Casas, à Ribeira Velha, onde permaneceu até julho de 1875. Nessa altura, regressou à antiga sala que ocupava nos Paços do Concelho. Mas a exiguidade da sala e o rápido aumento do volume de documentação, em resultado da evolução do arquivo administrativo, concebido em 1919 no seguimento do projeto de organização dos serviços municipais, originaram volumosas transferências de documentação para um edifício no bairro do Arco do Cego, na década de 1930, criando, assim, o arquivo do Arco do Cego, enquanto a documentação do arquivo histórico permanecia no edifício dos Paços do Concelho.

Em 1985, foi criado o arquivo do Alto da Eira, com o objetivo de reunir toda a documentação mais recente e de maior valor administrativo, espalhada pelos serviços da Câmara, formando assim, o arquivo geral. Em novembro de 1996, um novo incêndio assolou o edifício dos Paços do Concelho e, embora a documentação do arquivo histórico não tenha sido atingida, esta foi imediatamente transferida para um edifício anexo ao do arquivo do Alto da Eira.
Em outubro de 2002, motivos de saúde pública determinaram o encerramento deste arquivo, obrigando a uma nova mudança de instalações, em agosto de 2004, para o bairro da Liberdade, em Campolide, concentrando a documentação do arquivo histórico e do arquivo administrativo, sobretudo a documentação de cariz urbanístico. 

Em 2021, o Arquivo do Arco do Cego encerrou definitivamente, e a sua documentação foi acondicionada nas instalações do Bairro da Liberdade e do Alto da Eira, que sofreu entretanto obras de remodelação e modernização.