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Unidade Curricular IV

Manifestações de Liberdade

MANHÃ

10:00 > 11:00
Abertura | Arquivo Municipal de Lisboa
Rodrigo Cardoso | Atelier Lisboa
Carolina Tardin | Atelier Lisboa
Juliana Portela | ESAD
Bianca Dias | ESAD

11:00 > 11:30 - Debate

11:30 >12:00 - Coffee Break

12:00 > 12:30
Carolina Lino | Faculdade de Belas Artes
Carolina Maya | Faculdade de Belas Artes
Diogo Torres | IADE

12:30 > 13:00 – Debate

13:00 > 14:30 – Almoço

TARDE

14:30 > 15:30
João Xenico | IADE
Kelly Palma | IADE
Ska Batista | Universidade Lusófona
Beatriz Banha | Universidade Lusófona

15:30 > 16:00 – Debate

16:00 > 16:30 – Coffee break

16:30 > 16:45
Olívia Borges | ARCO
Herbert Mulanovich | ARCO
16:45 >17:30 – Debate e encerramento

17:30 (Opcional) – visita à exposição de fotografia "O Cerco de Lisboa"

Rodrigo Cardoso


Colosso

A estrada acaba, saio do carro e continuo a pé. Atrás de uma pequena colina reparo numa formação rochosa com uma forma invulgar. À distancia é difícil entender o tamanho, mas à medida que me vou aproximando percebo que o seu tamanho é colossal.

Biografia
Rodrigo Cardoso nasceu em Lisboa em 1973, onde reside e trabalha. 
1994 / 1996 . Curso de fotografia do Ar.Co. 
1995 / 1996 . Curso teórico sobre fotografia contemporânea com Daniel Blaufuks, Ar.co.
1996 / 1997 . Curso de fotografia da Fase Avançada/ Projecto, MauMaus. 
2016 . ‘Incursões na Fotografia Contemporânea: Território, Espaço Urbano e Arquitectura’, orientado por Sergio Mah, MAAT. 
2017 / 2019 . Curso ‘Paisagem, Fotografia e Artes Plásticas’, ’Cruzamentos: Uma História da Arte do Século XX’, orientado por José António Leitão, Atelier de Lisboa. 
2017 / 2019 . Curso ‘Projecto e Construção de um Livro de Fotografia’, orientado por António Júlio Duarte e David-Alexandre Guéniot, Atelier de Lisboa.
2019 . Residência Artística com Jem Southam na Serra do Açor, Atelier de Lisboa.
2018 / 2020 . Curso ‘Cruzamentos II: Uma História da Arte do Séc. XX’, orientado por José António Leitão, Atelier de Lisboa.
2021 / 2022 . Curso de Projecto com António Júlio Duarte e Pedro Alfacinha, Atelier de Lisboa.

Exposições / Publicações
1996 . Exposição colectiva de final de curso da Fase 2 de fotografia do Ar.Co.
1996 . Exposição colectiva de alunos do Ar.Co no Encontros de Fotografia de Coimbra.
2019 . Edição de autor do livro ‘Colosso’.
2021 . Exposição colectiva ‘Looking in Different Ways’ com a curadoria de Emília Tavares, Cooperativa de Comunicação e Cultura, Torres Vedras.
2021 . ‘Colosso’, exposição colectiva na Casa dos Cubos em Tomar, incluída no Ciclo de Exposições em Fotografia e Território organizado por João Henriques, integrada no âmbito das actividades do Centro de Estudos de Fotografia de Tomar.
2022 . Exposição colectiva ‘Outros Mundos’, integrada no Curso de Projecto orientado por António Júlio Duarte e Pedro Alfacinha, Atelier de Lisboa.

 

Carolina Tardin


Carolina Tardin (n. 1994, Rio de Janeiro, Brasil) é fotógrafa e vive em Portugal. A sua prática artística explora a escrita diarística e poética, bem como os processos manuais da fotografia analógica. Concluiu a sua graduação em Comunicação na Escola Superior de Propaganda e Marketing, no Brasil em 2016. Estudou na Pós-Graduação de Fotografia Contemporânea na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa em 2019. Frequentou o Atelier de Lisboa no curso de Projecto em Fotografia e Artes Plásticas, orientado por José Luís Neto e Claudia Fischer em 2020. Desde então, os seus projectos têm sido exibidos numa série de exposições colectivas em Portugal: "Intermitências", na galeria A Homem Mau, no âmbito do Festival Imago Lisboa (2021); participou na Lisbon’s Photobook Fair (2022); e tem um livro sob consulta na Biblioteca de Arte do Museu Calouste Gulbenkian. Este ano integra a Plataforma Futures, nomeada pela Bienal de Fotografia do Porto. Sinopse autoral: “eu, você e os espaços entre” (2019-2021) presença, reconhecimento, memória. a matéria de tudo que passa pelo corpo-mesa de estudos. um diário visual e físico, vivido em pele, escrito em um instante-tentativa muito íntimo de observação. um corpo estendido. as águas que correm e jorram, sobem à mesa. Autopublicação / Livro de artista: vídeo do objeto Impressão jato de tinta s/ papel pólen 90g 29,7x21 cm | 80 páginas Primeira edição de 50 exemplares
 


Juliana Portela


Já Virou Rotina de Juliana Portela
Crónicas visuais do cotidiano carioca
Fotografia / COR/ PB/ Digital / Analógica/ Impressão: Digital em Papel Munken Print White 15 100gms

 

Bianca Dias


OLUNGO

“Hoje é dia 7, Dia da Mulher de Moçambique. Que assim o seja num futuro pois agora não parece”.

ULONGO/MENTIRAS é um projeto que expõe a narrativa da mulher moçambicana aos olhos de uma sociedade patriarcal - inspirada nos convívios de mulheres e segredos à mesa.
 

 

Carolina Lino


Carolina Lino (Lisboa, 1996) vive e trabalha em Lisboa, Portugal.
Licenciada em Pintura (2018) e Pós-graduada em Discursos da Fotografia Contemporânea (2019) pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Frequentou o curso de Artes Plásticas na Akademie der Bildenden Künste em Munique, Alemanha (2019-2022). Atualmente frequenta o Mestrado em Pintura na FBAUL (desde 2022).
Entre Janeiro e Maio de 2023, participou na Lens Art Residency em Lisboa. Participou também no Projeto Artístico e de Investigação Ruínas, Associação Luzlinar (2018-19) no Fundão, e no VI Curso de Auto-Edição da Oficina do Cego (2017-18) em Lisboa.
Foi premiada com o 3º Prémio na Jov’Arte - Bienal Arte Jovem da Câmara Municipal de Loures (2021) e com uma Menção Honrosa na V Edição do Prémio de Fotografia de Sintra (2020). Apresentou as exposições individuais um beijo dado pelo sol, no Egeu, em Lisboa (2020) e o incêndio invisível, na Gamut, em Lisboa, como resultado da Lens Art Residency (2023). Expõe coletivamente desde 2016, destacando-se But Dearer Still is Truth, Galeria Plato, Évora (2023);  Depois do Banquete, Teatro Thalia, Lisboa (2022); Onde me Torno Silêncio, LxLapa, Lisboa (2021); em cc.  — suspensão e gravidade, Cisterna da FBAUL, Lisboa, e Jet Lag, Galeria Liminare, Lisboa (2019).

as imagens nascentes

Sinopse
Partindo do corpo e do papel como matéria, suporte ou objeto de estudo na sua relação com a natureza, Carolina Lino desenvolve, ao longo do seu trabalho, uma investigação constante sobre a construção da imagem, através da linguagem poética da luz, dos elementos naturais e do tempo cíclico das estações. Entre a fotografia, a escrita e o livro de artista encontra-se a sua prática, num fazer-pensar da obra — da imagem que se desvela do branco —, que relaciona o processo, o artista e o atelier.
Os projetos aprender a ser uma árvore (2019), um beijo dado pelo sol (2020), apresentação do rosto (2021-22), diálogos entre o dia e a noite (2022) e o incêndio invisível (2023) surgem como uma investigação alargada, aberta e em constante desdobramento, que se foca na procura pelo gesto mínimo da imagem e da escrita, no trabalho na câmara escura e numa vivência profunda da natureza.

 

Carolina Maya


Nascida na África do Sul a 16 de novembro de 2000, Carolina Maya Fernandes, conhecida pelo seu nome artístico Carolina Maya, é uma jovem artista cujo percurso reflete uma notável fusão de diversas influências culturais. Embora o seu local de nascimento seja a África do Sul, os seus anos de formação foram predominantemente passados em Moçambique, um lugar que enriqueceu profundamente as suas sensibilidades artísticas.

Em 2014, iniciou um capítulo transformador quando se inscreveu num colégio interno sul-africano, completando o ensino secundário ao longo de cinco anos. Foi durante este período que Carolina foi apresentada a uma multiplicidade de meios artísticos. A sua experiência no colégio interno tornou-se um catalisador, alimentando os seus talentos artísticos e proporcionando o ambiente ideal para o florescimento da sua expressão criativa. O percurso artístico de Carolina Maya continuou a evoluir quando se licenciou em Arte Multimédia na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Este marco educacional alargou os seus horizontes artísticos, equipando-a com o conhecimento e as competências para expandir a sua paleta criativa.

O talento e a dedicação da Carolina não passaram despercebidos. Recebeu prémios de prestígio, incluindo o Troféu Halifax de Artes Visuais em 2019, uma distinção concedida aos alunos que demonstram excelência dentro e fora dos parâmetros académicos das Artes Visuais. Foi também distinguida com o Troféu Karin Reum Trust para Artes Dramáticas no mesmo ano, reconhecendo a sua capacidade excecional de se destacar no desempenho dramático, caracterizada por uma excelente compreensão da interpretação e representação de personagens. A sua arte tem sido apresentada em várias exposições, incluindo a Exposição MOUSA em 2022 no Instituto Superior Técnico e a Exposição Re(curso) no mesmo ano na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, organizada pela Associação de estudantes. Além disso, Carolina é parte integrante do coletivo de artistas "Artista a Vista", tendo participado nas quatro edições das exposições do coletivo.

A arte de Carolina Maya é um testemunho do seu percurso eclético, que reflete uma mistura harmoniosa de influências sul-africanas, moçambicanas e portuguesas. O seu trabalho engloba uma variedade de estilos e meios, cada peça retoma as culturas vibrantes e as paisagens que a rodeiam. Com a sua formação cultural diversificada, Carolina traz uma perspetiva única às suas criações. Através das suas obras de arte, convida os espectadores a embarcar numa viagem visual que ilustra a intrincada tapeçaria da sua identidade. O foco do seu corpo artístico é a celebração da identidade e da diversidade.

Identidade I
Identidade II
Capulana 

Este conjunto de obras é uma viagem através da paisagem multifacetada da identidade africana no seio da comunidade negra em geral. O foco é a identidade negra e o que ela implica. As três obras estão interligadas, cada uma representando uma noção diferente da identidade negra. 

"Identidade" desafia a definição restrita de negritude, celebrando a riqueza cultural e a auto-expressão que definem as nossas identidades. É uma reflexão de que ser africano ou parte da diáspora negra vai muito para além da tonalidade da pele. Esta obra mergulha nas intrincadas camadas de cultura e auto-expressão que definem as nossas identidades.
No fundo, esta coleção de esculturas, embrulhadas em tecidos tradicionais moçambicanos conhecidos como Capulana, serve como um símbolo poderoso. Estas esculturas não têm intencionalmente uma identidade singular, encarnando antes o espírito coletivo de uma comunidade. Desafiam a noção de que a "negritude" é apenas definida pelo tom de pele.
A importância do cabelo na formação das nossas identidades é um tema central desta obra. 
"Identidade” é uma exploração da tapeçaria rica e multifacetada da nossa herança cultural. Convida-o a reconsiderar o que significa ser africano ou fazer parte da comunidade negra, abraçando a vibração da Capulana e o significado dos caracóis e dos tecidos que envolvem as nossas identidades. 

"Capulana" continua esta exploração através de fotogramas criados a partir do tecido tradicional da Capulana, simbolizando a ligação entre o passado e o futuro. O tecido, rico em história, evoluiu para se tornar um elemento integrante da moda moderna, simbolizando o crescimento e a evolução de uma cultura. A Capulana, proveniente diretamente de Moçambique, está impregnada de tradição. Historicamente, tem servido para diversas funções, desde os tradicionais lenços para a cabeça às saias para as mulheres e até como um instrumento prático para transportar bebés às costas. No entanto, o tecido evoluiu com os tempos, tornando-se um elemento integrante da moda moderna para as gerações mais recentes. Nesta obra, assistimos à transformação deste têxtil em algo novo e contemporâneo. O ato de criar novos padrões a partir de um tecido antigo simboliza o crescimento e a evolução de uma cultura. "Capulana" funciona como um catálogo vivo, oferecendo um vislumbre da rica história destes novos padrões, convidando o observador a navegar através de uma viagem visual de tradição e modernidade. Esta obra explora o conceito de identidade africana na nossa era moderna e em constante mudança, onde os fios da herança e da inovação estão intrinsecamente entrelaçados. "Capulana" é um convite para celebrar o espírito duradouro de uma cultura que prospera ao abraçar as suas raízes, ao mesmo tempo que abraça as possibilidades do futuro.

"Identidade II" capta o caleidoscópio de indivíduos da comunidade negra, recordando-nos que a nossa identidade colectiva é constituída por uma gama diversificada de histórias e experiências. Cada rosto desta coleção defende a sua narrativa, mostrando a beleza multifacetada da experiência negra. Estes retratos servem para nos lembrar profundamente que, na nossa identidade colectiva, existe um caleidoscópio de cores, origens e histórias. Os rostos nesta obra não são meros sujeitos; são campeões das suas narrativas, mostrando a beleza negra em todas as suas formas. É um testemunho visual da diversidade que fortalece os laços desta comunidade notável. Com cada retrato, honra e aplaude a essência da negritude. É uma oportunidade para ver o mundo através de inúmeras lentes, abraçar a extraordinária multiplicidade desta comunidade e juntar-se à celebração do espírito indomável dos indivíduos negros. Através destas obras, celebramos o espírito duradouro de uma cultura que abraça as suas raízes ao mesmo tempo que abraça as infinitas possibilidades do futuro.

 

Diogo Torres


Diogo Torres nasceu em Vila Franca de Xira, em 2000. Licenciado em Fotografia e Cultura Visual no IADE-UE, atualmente frequenta o Mestrado de Museologia e Museografia na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Participou no Mercado P’LA ARTE: Fashion Edition (2023), com o trabalho L’Artiste et la Putain e, na Cinemateca Portuguesa, com a exibição do documentário, Lilo.

Fragmentos

fragmentos é um projeto que aborda as camadas complexas da ausência paterna, explorando a profunda e, muitas vezes, dolorosa espera pelo toque e a fragmentação do ser que resulta desse vazio. Este projeto é composto por dois elementos: uma curta-metragem e um livro de artista. 
No vídeo, o vazio deixado por essa ausência é palpável. As paisagens naturais e frequentemente despidas de vida servem como metáfora para a solidão emocional e da busca incessante por algo que falta. O livro de artista, composto por 34 imagens, é uma extensão dessa fragmentação que está dividido em três partes. Na primeira parte deste livro de artista, as páginas transmitem a nostalgia de um passado distante, onde mãos delicadas tocam suavemente num bebé. Na segunda parte, as formas quebradas e dispersas, feitas a partir do scanner, refletem os fragmentos que compõem o crescimento do autor. Na terceira parte, o retrato preenche as últimas páginas deste livro, um retrato que procura o toque e a sua identidade.  

Origens (livro de autor)

Origens honra a riqueza cultural do Alentejo e cria uma ponte entre o passado e o presente, valorizando a herança dos avós e a sua influência na identidade do autor. Com o intuito de resgatar e preservar memórias, este projeto tem como foco principal a apresentação dos avós e dos objetos que, de alguma forma, possuem uma ligação com os mesmos.  
Neste livro de artista, composto por 42 fotografias, o olhar aprofunda-se na essência das histórias que cada objeto ou paisagem contém e, na beleza do envelhecimento, um fenómeno incrível repleto de memórias e sabedoria. Desde utensílios domésticos antigos até a elementos banais do dia-a-dia, cada objeto possui uma história única e revela a maneira como a cultura alentejana está presente. 


João Xenico


João Xenico nasceu a 8 de Dezembro de 1999, em Lisboa. Nasceu numa família com uma ligação forte às artes e foi desde novo habituado a expressar-se através do meio visual, tendo tido sempre incentivo da mãe (formada em restauro de pintura) para procurar o uso de barro, fimo e pintura, como meios de criação. Com 10 anos, comprou uma câmara compacta e teve, assim, o seu primeiro contacto direto com a captação de imagem e com a ideia de preservação de momentos. Em 2015, começou a estudar na Escola Profissional de Imagem, em Lisboa, onde tirou o curso de multimédia, começando a ganhar interesse pela área do cinema e do vídeo. Em 2019, entrou para o curso de Fotografia e Cultura Visual no IADE e começou aí a desenvolver os seus projetos de autor, criando sempre uma ligação entre a fotografia e a música, sendo, a esta altura, os seus dois maiores meios de expressão artística. Em Março de 2023, participou numa exposição coletiva no Mercado P’LA ARTE - Edição Moda, onde apresentou trabalho desenvolvido tendo, como base, as peças da designer Anna Afonso. Em Maio do mesmo ano, apresentou em conjunto com Vasco Coelho, o documentário “Um dia como Fotógrafo de vida selvagem.”, na Cinemateca.

Le Temps Remue

A música foi sempre uma constante na minha vida e, dado ser a fotografia o meu meio de eleição para comunicar, escolhi fundir estas duas áreas, de forma a servirem-se mutuamente. Numa procura por democratizar o acesso à música erudita contemporânea, idealizei "resumir" diversas composições numa única imagem. Através do ato performativo entre o fotógrafo e o modelo, são captados momentos de especial relevância, dando ao espectador a experiência total da expressão corporal de um modelo, no seu primeiro contacto com uma peça. Foi ainda explorada uma forma alternativa de apresentar uma partitura musical, sem que esta esteja limitada à interpretação exclusiva do público com educação formal em música. Aqui, a Luz é vista como origem fundamental da vida, sendo a responsável pela preservação do ser, do momento e da forma.

Praeter Praeteritum (vídeo)

Praeter Praeteritum é uma documentação visual e auditiva do esforço físico, emocional e mental de encarar e carregar o passado. Este é um processo longo, demorado, desgastante, violento, de esforço, de autocrítica, de reflecção e solitário. 

 

Kelly Palma


Kelly Palma nasceu no Brasil em 2001, hoje reside em Lisboa e é licenciada em Fotografia e Cultura Visual no IADE-UE. Desde pequena soube que seu espaço era nas artes, mas ainda havia muito a descobrir. Até que teve o encontro com a fotografia e o universo visual e encontrou ali uma necessidade de assumir o visual e audiovisual como sua forma de expressão artística. A autora utiliza a narrativa para transmitir sentimentos e emoções nas suas obras. Participou na exposição colectiva de março de 2023 no Mercado P’LA ART e no mesmo mês teve a oportunidade de trabalhar em uma matéria para a revista Parq. Em maio de 2023, apresentou na Cinemateca Portuguesa o seu documentário “Vai, Tuna!”.

Unum

Em toda a minha vida, pensei que precisasse de alguém para me sentir completa. Mas mesmo acompanhada, me pergunto o que mais seria necessário fazer para alcançar a minha integridade, uma vez que o vazio em meu interior ainda permanece?
Unum é um projeto pessoal que surge a partir deste questionamento. Portanto, as fotografias representam a busca por algo ou por alguém invisível, em virtude da necessidade do meu eu em ser preenchido. É estar à procura de uma luz ou de ser iluminada. Seria, portanto, a busca pelo palpável que não se pode tocar. De maneira análoga, o título Unum provém do latim, que significa: um; único; unidade. Afinal, pode haver milhares de respostas para o meu questionamento, mas, no fim do dia sempre serei: Um.

Parte de Mim

Em Parte de Mim, Kelly Palma convida-nos a enxergar o mundo da sua maneira, um mundo no qual estamos constantemente a observar uns aos outros. Neste jogo de observação, é criada uma ligação entre as duas versões de si mesma de maneira atemporal e nostálgica.

Ska Batista


Ska Batista em Anápolis, baseado em Lisboa, cursou Fotografia no Instituto Português de Fotografia de Lisboa entre os anos de 2014 e 2016, atualmente cursa Fotografia na Universidade Lusófona em Lisboa. Ska percorre temáticas que trazem uma inquietação sobre o pertencer e não pertencer, sobre ser estrangeira na sua própria casa – “Estou estrangeira de mim mesma”. Com uma prática artística que incorpora intervenções, experimentações, exploradas através de fotografias, recursos de colagem, sobreposição, conurbação de informações e imagens. A partir de uma abordagem interseccional sua prática artística é um convite para reflexão e diálogo.

MONTAÇÃO

"Montação" é um projeto fotográfico que surgiu a partir do meu interesse em documentar os lugares que ocupo e interajo diariamente. Inicialmente intitulado de "atu performático da montação". No entanto, em sua nova fase, busco ir além e investigar as intersecções entre performance e cotidiano, adotando uma abordagem fluída e livre. Este trabalho é o resultado do meu último ano de dedicação à documentação os lugares que ocupo e interajo diariamente. Inicialmente, intitulei o projeto de "atu performático da montação", esse termo é utilizado na comunidade queer brasileira, que descreve o processo de construção do corpo por meio do vestir e da maquiagem. No entanto, nesta nova fase, meu objetivo é explorar as intersecções entre performance e cotidiano, buscando uma abordagem fluída e livre. Em vez de limitar as expressões humanas a categorias rígidas, busco mergulhar nas subtilezas da rotina e abraçar o caos que permeia a vida e a rotina. Através de performances espontâneas e gestos subtis, procuro explorar os momentos em que a performance e o dia-a-dia se entrelaçam de forma orgânica. Assim, o projeto, agora intitulado "Montação", adquire uma abordagem mais íntima e experimental, onde exploro a interseção e interação entre mundos distintos, questionando as fronteiras e limites da performance, política, religião e 1identidade de género. Desse modo, o ato fotográfico deixa de retratar apenas a 2 performance de um artista específico para abranger ações performáticas do cotidiano. Nesse contexto, as imagens podem representar camadas de diferentes mundos e a coabitação de diversas formas de manifestação, onde a fragmentação e a dualidade da experiência humana, em diferentes conjunturas, vivências e identidades, coabitam e se interconectam em uma complexa relação entre o eu, o outro e o mundo. Etimologicamente, a palavra performance deriva do verbo inglês to perform, que, por sua vez, 1 origina- se da palavra latina formare, significando “formar, dar forma”, e deriva também de performatus, “acabado de formar” (Cintra, 1953: 878). A performance no ato fotográfico pode explorar conceitos como a relação entre o fotógrafo e o 2 tema retratado, a representação da identidade e do género, a interação entre o fotógrafo e o público, e a desconstrução das convenções fotográficas tradicionais. Pode também desafiar as noções de autoria na fotografia, uma vez que o fotógrafo se torna não apenas o observador, mas também o participante ativo da imagem.
 

Beatriz Banha


Beatriz Banha (1995, Évora) licenciou-se em Fotografia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias em 2019. Em 2021 foi uma das participantes do festival Circulation(s) em Paris e finalista na Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Entre 2020 e 2021, ingressou no Curso de Projecto do Atelier de Lisboa, resultando na exposição “Duas Águas” n’A Ilha em Lisboa. Expôs individualmente e colectivamente, sendo de destacar, “There is nothing old under the Sun” na Galeria da Estação em Braga em 2022,  “Chão” no Salto com curadoria da Purga em 2023 e "Too Much of a Good Thing, 10 anos da XYZ”, n’A Ilha, Lisboa em 2023. Foi a vencedora da 2ª edição do "Prémio Livro de Fotografia" pela Associação Arte deste Século.

There is nothing old under the Sun

A casa dos meus avós é um território estranho para mim. É, simultaneamente, a casa deles, a casa mais constante da minha infância e também uma possibilidade de lar. Estar lá é sentir-me num horizonte que não se rege pelas leis temporais comuns. 

O tempo encolhe, dissipa-se, outras vezes acelera e muitas mais parece não existir. E o espaço também ele é mutável, os objetos mudam constantemente de lugar e de função enquanto objetos decorativos. Um abacateiro que habita lado a lado com uma jarra de algo que quer ser ouro com flores que ambicionam ser verdadeiras rosas, mas também uma embalagem de condicionador.