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História

História do Arquivo

Tratando-se do arquivo da capital portuguesa, a história do Arquivo Municipal de Lisboa está intimamente ligada à história da cidade e à história de Portugal.

O seu acervo documental testemunha precisamente esta forte ligação, e assume uma extrema relevância e importância para o estudo e compreensão da cidade e do país. A própria história do Arquivo reflete precisamente as mudanças e o contexto histórico e cultural de Lisboa ao longo dos tempos.

Séc. XIII

O documento mais antigo

O documento mais antigo do acervo do Arquivo Municipal de Lisboa data de 1214 e consiste na confirmação, por D. Afonso II, do foral outorgado a Lisboa por D. Afonso Henriques, em 1179, e dos privilégios estabelecidos por D. Sancho I, em 1204.

Séc. XIV

Criação do cargo municipal de escrivão do Concelho

Foi apenas no século XIV, no reinado de D. Dinis, com a criação do cargo municipal de escrivão do Concelho, que se iniciou o processo de gestão da documentação produzida e recebida pelo município de Lisboa.

Séc. XIV

Arca das escrituras

O Concelho sentiu desde muito cedo a necessidade de guardar, para futura utilização, os documentos mais importantes relativos à cidade e aos seus habitantes. Forais, cartas régias, sentenças, contratos, entre outros encontram-se guardados numa arca, designada como arca das escrituras. Esta arca possuía três chaves distribuídas por um vereador, pelo escrivão e por um juiz do Cível.

1433

Trasladação da documentação para um livro na Câmara

O desuso na utilização da arca das escrituras e consequente desleixo no acondicionamento e guarda de alguma documentação da cidade levou à perda de alguns documentos. 

No sentido de evitar estas situações optou-se por trasladar a documentação para um livro na Câmara, que, apesar de preso a uma corrente, estava disponível para consulta. Neste período, estipulou-se, ainda, o registo de saída da documentação, para efeito de controlo.

Séc. XVI

Primeira divisão da documentação em códices

Segundo critérios de organização temática ou de acordo com a sua proveniência, no caso da documentação régia considerada mais importante, ou da documentação que não era passível de ser enquadrada na organização temática.

Séculos XVII / XVIII

Cópia sistemática de todos os códices

Desde finais do século XVII até inícios do século XVIII, procedeu-se ainda à cópia sistemática dos códices, de forma a preservar os originais. Durante todo este período, o arquivo parece ter-se mantido permanentemente na Casa de Santo António, junto à Sé, ou seja, no local de funcionamento da Câmara, mesmo quando as reuniões do Conselho se realizassem noutros locais.

1741

Arquivo instala-se no Rossio

Com a reunificação do Senado da Câmara ocorrida em 1741 (após o breve período em que este se dividiu em Oriental e Ocidental) o Arquivo instala-se no Rossio, precisamente no local onde até aí tinha estado sedeado o Senado Ocidental.

1755

Terramoto de 1755

Após o grande terramoto que atingiu a capital e o incêndio subsequente, a maior parte da documentação foi salva por Leandro da Costa Carvalho, oficial da Secretaria do Senado da Câmara.

Foi precariamente sido instalada numa barraca de madeira no campo de Santana e, pouco tempo depois, transitou para o Palácio dos Condes de Almada.

1774

Arquivo instala-se nos Paços do Concelho

Recentemente inaugurado, o Arquivo instala-se no edifício dos Paços do Concelho em 1774.

1780

Mudança de instalações

Em 1780, com a decisão da Rainha D. Maria I ter utilizar os Paços do Concelho como Paço Real, o Arquivo, bem como toda a Câmara, mudam de instalações para a Casa da Índia e para o Palácio da Inquisição.

Apenas no final desse século, o Arquivo regressou à sala abobadada original do edifício da Praça do Município, concebido por Eugénio dos Santos.

1863

Incêndio no edifício dos Paços do Concelho

Em 1863 um violento incêndio destruiu quase totalmente o edifício dos Paços do Concelho. No entanto, a Sala do Arquivo foi a única que permaneceu intacta, precisamente graças à sua estrutura abobadada.
Durante as obras de reconstrução, a documentação foi transferida para o edifício das Sete Casas, à Ribeira Velha, onde permaneceu até julho de 1875.

1875

Regresso aos Paços do Concelho

Em 1875 o Arquivo regressou à antiga sala que ocupava nos Paços do Concelho, a qual se manteve no novo projeto, graças às condições de segurança que oferecia à documentação. O novo projeto foi da autoria do arquiteto Domingos Parente da Silva.

1919/1930

Arquivo do Arco do Cego

A exiguidade da Sala do Arquivo dos Paços do Concelho e o rápido aumento do volume de documentação, em resultado da evolução do arquivo administrativo, concebido em 1919, no seguimento do projeto de organização dos serviços municipais, originaram volumosas transferências de documentação para um edifício no bairro do Arco do Cego, na década de 1930.

Era assim criado o Arquivo do Arco do Cego, enquanto a documentação do arquivo histórico permanecia no edifício dos Paços do Concelho.

1942

Arquivo Fotográfico

Em resposta à necessidade de centralização e de conservação de toda a produção fotográfica que se encontrava dispersa pelos vários serviços da Câmara, nascia em 1942 o arquivo fotográfico.

Depois de sucessivas mudanças de instalações, o Arquivo Fotográfico foi definitivamente instalado em 1994, no número 246 da rua da Palma, onde permanece até hoje.

1985

Arquivo do Alto da Eira

Com o objetivo de reunir toda a documentação mais recente e de maior valor administrativo espalhada pelos serviços da Câmara, foi criado em 1985 o Arquivo do Alto da Eira, dando assim origem ao Arquivo Geral.

1996

Incêndio no edifício dos Paços do Concelho

Em novembro de 1996 um novo incêndio assolou o edifício dos Paços do Concelho e, embora a documentação do arquivo histórico não tenha sido atingida, esta foi imediatamente transferida para um edifício anexo ao do Arquivo do Alto da Eira.

2002/2004

Encerramento do Arquivo do Alto da Eira

Em outubro de 2002 motivos de saúde pública determinaram o encerramento do arquivo do Alto da Eira, obrigando a uma nova mudança de instalações.

Em agosto de 2004 o Arquivo muda-se provisoriamente para o Bairro da Liberdade, em Campolide, concentrando aí a documentação do arquivo intermédio e do arquivo histórico.

2011

Reorganização dos serviços e integração da Videoteca

Em 2011, no seguimento de uma reestruturação orgânica dos serviços municipais, a videoteca municipal, criada em 1991 e instalada no largo do Calvário, foi integrada na esfera de responsabilidades do Arquivo, alargando assim o seu âmbito de competências.

2021

Encerramento do Arquivo do Arco do Cego

Em outubro de 2021 o Arquivo do Bairro do Arco do Cego encerra portas e a sua documentação é transferida para as outras instalações do arquivo, libertando o edifício para outro tipo de ocupação municipal.