Detalhe
Comemorar dez anos da TRAÇA é celebrar o valor único dos arquivos familiares e a magia do cinema.
É reafirmar a importância de um projeto que continua a traçar um mapa afetivo da cidade, feito de fragmentos de vida que, juntos, contam uma história mais completa e plural de Lisboa.
Vamos todos celebrar no dia 11 de outubro de 2025 na Videoteca e no salão nobre da Sociedade Promotora de Educação Popular!
Às 15h00 no auditório da Videoteca haverá uma oficina de Super8 conduzida pelo Joaquim Mendes, que nos vai guiar pelo fascinante mundo da projeção neste formato.
O Super8 foi lançado pela Eastman Kodak Company em 1965 como uma alternativa mais económica ao 35mm e 16mm, sendo ao mesmo tempo tecnicamente superior ao 8mm. Pensado inicialmente para o uso amador, tornou-se na escolha preferida dos filmes experimentais e para registar momentos especiais como viagens e cenas familiares nas décadas de 70 e 80.
O objetivo desta oficina é oferecer aos participantes uma experiência única e breve sobre o cinema amador e a película Super8.
Cada participante deverá trazer a sua própria bobine de película Super8 que terá a oportunidade de a projetar durante a sessão. Com vagas são limitadas, terá de enviar um email para videoteca@cm-lisboa.pt para garantir a sua inscrição.
Depois de concluída a oficina, as comemorações prosseguem no Salão Nobre da Sociedade Promotora de Educação Popular (SPEP), no mesmo edifício, onde se apresentará a publicação que celebra os 10 anos da TRAÇA. Este é um momento em que se comemora o culminar de uma jornada de 10 anos construída ao lado de artistas, investigadores e pensadores que abraçaram este projeto com paixão.
Para marcar esta data especial, temos o privilégio de contar com os contributos valiosos da Margarida Cardoso, da Margarida Leitão, do Alex Cassal, da Sofia Dinger, do André Guedes, do Filipe André Alves, do Noiserv, da Inês T. Alves, da Inês Pedrosa e Melo, da Arianna Mencaroni e, claro, da Inês Sapeta Dias, uma das mentoras e pilares da TRAÇA.
Das trezentas horas de imagens em movimento angariadas no nosso arquivo, há uma coleção que decidimos destacar nesta sessão: os filmes da família Repolho Correia; esta coleção faz parte das cerca de trinta horas de imagens anónimas e órfãs encontradas na videoteca e que seriam depois a inspiração para o arranque da TRAÇA.
No entanto a história desta coleção não ficou por aqui, já que depois de algumas tentativas para encontrar o paradeiro de quem filmou, 2024 foi o ano em que tal aconteceu.
Desta forma lançamos o desafio à Maria do Mar Fazenda que, assim que viu, a um dado momento da coleção, um excerto filmado nas rochas e grutas de Lagos, no Algarve, se lembrou do filme do João César Monteiro sobre Sophia de Mello Breyner Andresen, realizado em 1969, no qual o realizador segue Sophia e a família nas suas férias no Algarve. A sua proposta busca “encontrar naquelas imagens o diálogo entre a arte e a vida”.
E este diálogo transforma-se numa conversa a muitas vozes como se estivéssemos numa sala de estar, onde estes filmes eram vistos com amigos e família.
Leonor Areal junta-se a nós para nos falar das imagens que o António Repolho Correia filmou, e da sua perspetiva sobre arquivos amadores e filmes de família como investigadora, curadora e realizadora, e a forma fascinante como estes filmes, muitas vezes considerados insignificantes, contam histórias tão poderosas e autênticas.
Parabéns TRAÇA!

