Biografias-doPunk-2023
Isilda Sanches
Biografia
Isilda Sanches é jornalista e divulgadora musical. Ao longo de quase três décadas escreveu em várias publicações (Capital, Blitz, se7e, Já, Independente, Diário de Notícias, Elle, Observador...) e trabalhou em rádios de referência como XFM, Marginal ou Oxigénio (que fundou). Faz parte da equipa da Antena 3 desde 2015, onde realiza os programas Pontos de Luz e Muitos Mundos e é autora da rubrica Fricção Científica. Na Antena 1, assina o programa À Volta do Groove.
Paula Guerra
Biografia
Paula Guerra é Professora de Sociologia na Universidade do Porto e Investigadora no Instituto de Sociologia da mesma Universidade. Paula é Professora Associada Adjunta do Griffith Centre for Social and Cultural Research da Griffith University na Austrália. É fundadora/coordenadora da Rede Todas as Artes: Rede Luso-Afro-Brasileira de Sociologia da Cultura e das Artes e da KISMIF (kismifconference.com e kismifcommunity.com). É presidente da International Association for the Study of Popular Music (IASPM) Portugal e integra o board da Research Network de Sociologia da Arte da European Sociological Association. Coordena vários projetos de investigação subordinados às culturas juvenis, sociologia das artes e da cultura, cocriação, metodologias e técnicas de investigação, culturas DIY, entre outros temas. Tem igualmente orientado vários projetos de mestrado, doutoramento e pós-doutoramento nas áreas mencionadas. Paula é editora-chefe (com Andy Bennett) da revista da SAGE DIY, Alternative Cultures and Society.
Ana Cristina Ferrão
Biografia
Natural de Lisboa, cidadã do mundo, Ana Cristina Ferrão dedica a alma e o coração à comunicação social desde 1979, ano mítico em que conheceu António Sérgio, a par de uma carreira profissional absorvente de mais de quarenta anos na área da consultoria de sistemas de informação.
Em Setembro de 1979, tem o seu primeiro contacto profissional com a rádio, através do programa Rotação, na Rádio Renascença e o célebre "bichinho" da Rádio instala-se. Em Janeiro de 1980 já na Rádio Comercial, inicia a sua atividade “na sombra” (na função então chamada de assistente) no Rolls Rock , mais tarde chegaria O Som da Frente. Aí cria e desenvolve a icónica rubrica Sinais de Fumo, dedicada à divulgação e contextualização das sonoridades alternativas, sob o motto ARS Radio.
Na Rádio Comercial assinou colaborações no programa de fim-de-semana A Caixa de Música, e criou, realizou e coapresentou, a convite de Jaime Fernandes, a série de programas semanais Loiras, Ruivas e Morenas, dedicada, como o nome indica, à presença feminina na música. Criou,realizou e coapresentou outras duas longas séries: em 1992, uma dedicada a Jim Morrison e aos Doors, coincidente com o 25º aniversário da edição do single Light My Fire, intitulada Rei Lagarto e Outras Histórias, em 1993 outra dedicada aos Beach Boys intitulada Beach Boys - um Sonho Americano.
Fora da rádio e no domínio da escrita, em 1990 acedeu ao convite dos Xutos & Pontapés e de Manuel Hermínio Monteiro (alma da editora Assírio & Alvim) e escreveu o livro Conta-me Histórias, uma biografia da banda repleta de aventuras do célebre grupo nacional e de retrato social dos anos 80 em Portugal. Conta-me Histórias conseguiu um impacto notável quer ao nível de vendas, quer nos comentários da imprensa, como o de Manuel Falcão (no Sete) que o considerou como «a inauguração do livro musical no nosso País» ou de Pedro Rolo Duarte que disse dele, ser "um verdadeiro objecto Rock".
Desde o início ligada ao lançamento da XFM (1993), criou e apresentou uma rúbrica para os programas Grande Delta (de António Sérgio) e Café Virtual (de Aníbal Cabrita) denominada Espanta Espíritos. Numa outra vertente monta para a XFM a infraestrutura informática da primeira playlist Rádio em Portugal, a qual será operada por António Sérgio, Nuno Galopim, Nuno Carlos, Nuno Reis e Ricardo Saló.
Ainda a convite de Manuel Hermínio Monteiro, escreveu no mês de Agosto de 1995 um livro dedicado a Kurt Cobain, aos Nirvana e a Seattle, reunindo a publicação bilingue das canções de Cobain com "uma visão jornalística sul-europeia sobre o fenómeno Nirvana", como o viria a caracterizar Álvaro Costa no programa Drive-In da Antena 3.
Em 1996 traduziu Touching from a Distance, a biografia de Ian Curtis, escrita pela sua mulher Deborah Curtis, que viu a edição portuguesa com o título Carícias Distantes.
Em 1997, com o desfecho infeliz da XFM, regressou em Outubro à Rádio Comercial, assinando a série semanal F.U.C. - Fadas, Unicórnios e Cyborgs - um panfleto sonoro, que se prolongou até 2002.
Face ao desafio de Luís Montês para fazer durante o festival Super Bock Super Rock um ciclo de Seminários, desenhou e organizou em conjunto com António Sérgio, os Seminários SBSR, que se estrearam em 1999 e duraram 5 anos, com sessões de debate de temas relacionados com a actividade musical e a indústria, contando com presenças de personalidades nacionais e internacionais e localizados em Lisboa e Porto.
De Fevereiro a Maio de 2002, realizou e apresentou Waiting on Waits, uma série semanal de emissões dedicadas a Tom Waits, em antecipação dos seus novos álbuns Alice e Blood Money.
No início de setembro de 2002 é convidada por Paulo Ferrão (Lead of Media da Sony Music Portugal) para integrar a comitiva que se deslocaria a Seattle para uma residência/entrevista com os Pearl Jam, para fazer a campanha de lançamento do álbum Riot Act. Opta por dar o seu lugar ao seu querido, Zé Pedro, como prenda de anos. Com base nas gravações obtidas realiza para a Rádio Comercial "o desenho de estação", assim como a pré-produção, para o Especial Pearl Jam que decorreu de setembro a novembro desse ano.
Com a mudança para a BEST Rock FM, inicia nova rubrica A Fala da Tribo, que mais tarde foi transferida para a Rádio Comercial e se manteve activa até final de 2007.
A Fala da Tribo teve como objetivo trazer ao conhecimento do publico músicos, artistas plásticos, cineastas, atores, pessoas comuns que marcavam a diferença no marasmo cultural que se instalou na cultura portuguesa, sempre que o convidado o proporcionava incluía uma sessão de música ao vivo em formato unplugged.
Em Janeiro de 2008, já na Rádio Radar, inicia a rubrica semanal Tira Linhas, adaptação e leitura radiofónica de livros que a apaixonavam. De Dezembro de 2009 a Março de 2014, ainda na Radar, deu continuidade à rubrica de António Sérgio SOS Radar.
Em 2015 colabora no livro/disco Disco Pirata, a convite dos Rádio Macau destinado a celebrar os 20 anos da banda, cada convidado escreveu uma história original que é acompanhada por uma música.
Em Junho de 2016, a convite de Maria Guerra, participa como moderadora com Álvaro Costa nos painéis do KISMIF International Conference, de Don Letts e Gina Arnold.
Em 2017 colabora a convite de Henrique Amaro na coletânea, Cento e Onze discos Portugueses – A música na Rádio Publica, escrevendo sobre Mão Morta e Corpo Diplomático.
Colabora ainda no filme CASA8, como entrevistada e no projeto fotográfico homónimo. Em Setembro participa na 1st International Conference on Women -Women XXI.
Em 2022, participa a convite de Henrique Amaro no livro Eu Estive Lá, a par de Isilda Sanches, Luís Almeida e Pedro Fradique.
Em 2023 é convidada pela Antena 3 para participar na sessão especial de 4 horas dedicada ao Dia da Mulher.
Adora crianças e cães, ama os amigos, é fã de cinema, fotografia e banda desenhada, é incapaz de adormecer sem ler ou ouvir música.
Vive atualmente, em Lisboa, com o cão, o coelho, as netas, a filha e o pai.
Edgar Pêra
Biografia
Edgar Pêra começou a filmar bandas em 1985, registando ensaios e concertos, resultado da sua cumplicidade com alguns desses músicos - que lhe foram fonte de inspiração, com o seu espírito DIY. Desses primeiros registos resultaram cine-diários, vídeoclipes, ficções musicais e documentários como Punk Is Not Daddy e Visões de Madredeus e a série de 13 episódios Arquivos Kino-Pop, a estrear no Canal 180. Da extensíssima lista de músicos captados pela câmara de Pêra ficam os nomes de Pedro Ayres Magalhães, Carlos Paredes, Dead Combo, Nuno Rebelo, Farinha Master, Heróis do Mar, Sétima Legião, Lydia Lunch, Chullage, Djamal, Manuel João Vieira, Capitão Fantasma, Vitor Rua, Nuno Rebelo, Censurados, Black Company, Rão Kiao, Rádio Macau, The Legendary Tigerman, JP Simões, Ricardo Ribeiro... Desde 1990 que realiza cine-concertos, cinema expandido e música e ao vivo. O último, Lovecraftland, foi recentemente estreado na retrofuturospektiva de Pêra no Festival de Cinema de Roterdão.
Iolanda Batista
Biografia
Tem a música como companheira de vida. Em criança brincava a fazer playback’s do Can the Can, da Suzie Quatro. Na escola fazia coreografias com as amigas ao som de hits dos anos 70. No início dos anos 80 ainda participou nos ensaios de uma banda de garagem, de amigos, e em meados da mesma década acompanhou, de perto, o circuito de ensaios e concertos de bandas punks que emergiram na altura, como os Kú de Judas e os Crise Total. É licenciada em Artes do Espectáculo e Pós-graduada em Teatro na Educação. Recebeu formação profissional em teatro-circo, estudou solfejo e piano, ainda que de forma breve, e canto. Como atriz, trabalhou em teatro, na televisão, no cinema e na ópera. Há cerca de duas décadas que lecciona Expressão Dramática/Teatro, a diferentes níveis de ensino. Mas a sua primeira experiência na música, a nível profissional, aconteceu por volta de 87/88 quando, com as Cotonetes, fez coros para os Afonsinhos do Condado. Em 1989, os Peste&Sida lançavam o álbum “Portem-se Bem” e fizeram-lhes o convite para acompanharem a banda numa parte da tournée da promoção desse disco. Desde então, voltaram a participar, pontualmente, em concertos dessa mesma banda. A título individual, a sua experiência na música fez-se também no teatro musical e na televisão, fazendo coros. Em 2021, estreava o filme documentário “Já Estou Farto!”, sobre o músico João Pedro Almendra, do qual foi produtora. A sua vida não se concebe sem música, aprecia diferentes géneros, mas é sobretudo o rock’n’roll que lhe enche a alma.
Nuno Calado
Biografia
Nasci no bairro de São Miguel em Alvalade em 1969 e cresci em Almada. Comecei a fazer rádio numa pirata em 86. Passei depois para uma local com a legalização das rádios e em abril de 91 entrei para a Antena1.
Em 93 para a RDP FM que em abril de 94 mudaria de nome para Antena3 onde ainda continuo a fazer o Indiegente 25 anos depois.
Pelo meio participei em muitas outras emissões e formei a dupla inicial da prova oral com o Fernando Alvim. Também colaborei durante vários anos com a SIC radical.
Miss Suzie
Biografia
Miss Suzie tem atravessado um vasto percurso artístico. Depois da sua formação profissional na António Arroio e posteriormente na Escola de Circo, começa a sua carreira em 1988 fundando o primeiro grupo de novo circo - teatro em Portugal - Cesta D'Artes, com o qual começa a pisar o palco mas também a desenvolver a arte dos bastidores. É precisamente a vontade de experimentar novos caminhos e conhecer novos artistas que a leva também a um percurso musical com diversos projectos sempre com uma vertente performativa.
Começa por formar em 1989 o grupo de coros As Kotonetes que acompanham a tour dos Afonsinhos do Condado - “Açúcar” encarnando partners extravagantes e mais tarde em 1990 a convite dos Peste e Sida fazem a tour “ Portem-se bem” na pele de freiras atrevidas. Duas décadas mais tarde voltam a subir ao palco com os Peste e Sida num concerto épico na Festa do Avante, que contou com a participação de João Pedro Almendra, Carminho e Fast Eddie Nelson. É ainda em 1990 que integra os Irmãos Catita onde encarna a vedeta sexy até aos dias de hoje e é aí que ganha o alter ego Miss Suzie, o qual passa a usar profissionalmente.
Em 2001 depois de já ter participado em duetos com Manuel João Vieira para os Ena Pá 2000 é convidada a ser uma das Valquirias, lugar que mantém irreverentemente. Pelo meio grava com Manuel João Vieira e o maestro Shegundo Galarza “Triste e Cru” para o album Corações de Atum, um revivalismo ingénuo dos anos 50. Recentemente em 2019 surge o projecto em nome próprio Suzie And The Boys - um cabaret sonoro de blues, swing and rock and roll, recriando em o ambiente dos antigos clubes boémios dos anos 50/60. A banda prepara-se para entrar em estúdio ainda este ano e gravar o seu primeiro album. Em 2021 lança-se na aventura de produzir e programar um festival dedicado ao circuito de clubes - “ The Great Lisbon Club” onde recebeu cerca de 300 artistas em 3 palcos durante 4 dias e com o qual ganhou o prémio dos Iberian Festival awards para melhor hosting. Paralelamente com o seu trabalho em direcção de arte, figurinos, filmes stop motion e video, Miss Suzie ainda colaborou com vários projetos musicais (videoclips, capas de discos, produções fotográficas e cenografia de palco) ) de artistas como Delfins, DaWeasel, Luisa Sobral, Áurea, Budda Power Blues, Zé Pedro, Delfins, Carlão, Pongo, Carolina Deslandes, Black Mamba, Mercado Negro, Lisbon Poetry Orchestra, Clube Makumba entre outros. A representação leva-a a trabalhar com vários encenadores e realizadores. Em bastidores entre tantas aventuras nas áreas da publicidade, eventos e Teatro é no cinema, que assina os figurinos de ''Cabaret Maxime” de Bruno de Almeida, filme com várias nomeações nos prémios Sophia e globos de ouro de 2019, onde também foi atriz e no qual faz um dueto com Selma Uamusse, e ainda “Terra Nova” de Artur Ribeiro em 2019, filme com o qual é nomeada aos prémios Sophia por melhor guarda-roupa em 2022. Há quem lhe chame a “A Miss dos 7 instrumentos”.
Rui Pregal da Cunha
Biografia
Nasceu em Macau em 1963. Aos 3 anos tentou fugir para a China montado num triciclo. Um ano mais tarde veio para Lisboa, cidade que ainda hoje considera como seu local predilecto. Como há sempre uma primeira vez para tudo: em 1978, munido de um prato e um deck de cassetes (ambos Akai) fez dançar a sala de uma festa, descobrindo aí o sentido do mix por tonalidade. Apesar de ter andado a estudar interiores em 1981 lançou o homónimo primeiro disco dos Heróis do Mar e aí nunca mais olhou para trás. Foi designer de moda da sua própria marca Constructónica, jornalista da primeira safra do Independente, do Mais Semanário e mais tarde do Se7e. Viveu os anos 90 em Londres com as várias metamorfoses do projecto LX-90 (que, entretanto, voltou a ganhar uma nova vida) e quando regressou a Lisboa dedicou-se exclusivamente ao audio-visual: na publicidade como produtor, realizador, editor e músico, fazendo ainda incursões no cinema como Art Director em filmes de Edgar Pera e Filipe Melo. Depois foi restaurateur de sucesso e não importa o projecto em que se envolva garante sempre trazer novidades à cidade de Lisboa ou onde quer que esteja. Importa notar que se sente em casa na residência que tem há 22 anos no bar do Bairro Alto, A Capela, onde faz da primeira Quarta-feira do mês uma festa que mistura as últimas novidades editadas no mundo da eletrónica com alguns dos grandes clássicos do género. Depois de tanto grito de guerra, acha hoje em dia que gosta mais de paz. Mas isso não quererá nunca dizer que não se sintam sinais de fumo no horizonte…
Luís San Payo
Biografia
Luís San Payo, baterista, dreamer, compositor, trabalhou com diversas bandas e artistas, de entre os quais, Croix Sainte, Pop dell´Arte, THC, Ref, UHF, Sei Miguel, Rádio Macau, Entre Aspas, Xana, Casino, Los Tomatos, Rodrigo Leão Ensemble, Irmãos Catita, Vítor Rua and the Metaphysical Angels.
João Gata
Biografia
João Gata embarcou na sua jornada musical ao lado de três amigos lisboetas por volta de 1985, criando os Amenti, uma banda totalmente electrónica. Com uma sonoridade synth-pop caracterizada por beats agressivos e letras envolventes, os Amenti realizaram concertos em Lisboa, incluindo no extinto Rock Rendez-Vous, e ensaiavam numa cave famosa na Avenida EUA.
Na efervescente cena musical de Alvalade, João Gata, numa qualquer noite, descobriu uma nova voz para os Amenti, que entoava fado no Largo de Camões ao Chiado. Essa voz tornou-se parte integrante da banda, conquistando não apenas novos horizontes, mas também corações, incluindo o de Rodrigo Leão dos Os Dias da Madredeus, que assistia aos ensaios do grupo.
Pouco tempo depois, os Amenti terminavam a aventura. No entanto, em 1995, um antigo membro da banda contactou João Gata, sentindo que algo tinha ficado por fazer e dizer. Reuniram-se, procuraram uma nova voz, inicialmente com Ana Quintãs e, finalmente, com Ísis. Assim nasceu o projecto V Império.
Com um contrato de cinco anos, o primeiro álbum dos V Império, "Mar de Folhas", foi um sucesso surpreendente, com mais de 10.000 discos vendidos em três meses no inverno de 1997. O videoclipe atingiu o top 3 no canal francês "Arte", e o grupo realizou concertos em Espanha com um quinteto de cordas e sopros.
Infelizmente, desentendimentos com a editora surgiram em relação aos próximos passos, levando a uma batalha entre produtores: Trent Raznor, figura dos NiN, pela editora, e o trio JBK (Jansen/Barbieri/Karn), a escolha de João Gata. Após o término do contrato por mútuo acordo, os V Império encerraram a relação pouco tempo depois.
O disco que nunca viu a luz do dia permanece numa prateleira na casa de João, um testemunho de uma jornada musical repleta de altos e baixos, mas sempre impulsionada pela paixão pela música.
Xana
Biografia
Alexandra M. M. do Carmo (Xana) grava com os Radio Macau o primeiro disco de originais, em 1984. Nasce em Lisboa, mas ainda na infância sai da cidade para residir numa zona rural perto de Sintra. Esta experiência imprime no seu horizonte de mundo o sentido de orgânico enquanto processo de contínua transformação das coisas, que se mantém no seu retorno à urbanidade de Lisboa, como uma espécie de “manual de sobrevivência”, título de um dos dois álbuns a solo que edita nos anos 90. Em 2010 suspende a actividade de música para se dedicar a outra das suas paixões, a filosofia, área na qual obtém o grau de doutora com uma tese sobre o pensamento filosófico de Henri Maldiney, “Vertigem da existência e arte existencial”.
Ricardo Espírito Santo
Biografia
Ricardo Espírito Santo é diretor da premiada produtora Terra Líquida Filmes, que criou quando saiu da SIC, em 2008. Foi realizador do "Jornal da Noite" da SIC, entre 2001 e 2004.
Assinou o telefilme mais visto da televisão portuguesa "Amo-te Teresa", a reportagem premiada "Os meninos de Angola", de Cândida Pinto, e diversos documentários premiados, como "As Cordas de Amália", e "Manuel António Pina, um sítio onde pousar a cabeça". É realizador do filme “Rock Rendez Vous – A Revolução do Rock”.
Partilha numa sua descrição auto-biográfica:
"Quando era puto fui vocalista de uma banda rock. Os Discurso Directo, o som a cinco cabeças por segundo. Foi uma entrada de rompante na cena musical, a malta gramava de nós. Fomos a Banda Revelação no concerto do 1° Aniversário do Rock Rendez Vous!
(…) e, caramba, tocámos sete vezes no Rock Rendez-Vous, sete concertos, sete, e aquela merda enchia. Anos passados, muitos anos, o privilégio de produzir o documentário sobre o Rock (…)."
Nazaré Pinela
Biografia
Nasceu em Campo de Ourique e estudou na António Arroio. Atualmente é uma famosa bodypiercing e desde os anos 80 promotora do estilo Vintage.
Fã da música rockabilly, cantou e dançou na banda Emilio e a Tribo do Rum. A partir de 1989, foi baixista nos Capitão Fantasma, marcando com o seu estilo visual a cena musical da época.
Numa entrevista recente à Fonoteca Municipal do Porto refere, “A minha relação com a música também é através do vintage. (…) nunca tive vontade nenhuma de ter outra banda porque a minha cena era estar com os meus amigos, com quem havia uma energia que não se repete porque estas coisas não se forçam. Mas há uma coisa que eu sempre disse aos gajos: nunca houve uma baixista tão gira como eu".
João Peste
Biografia
João Peste, depois de passar pelos Ezra Pound e a Loucura, funda Os Pop Dell’Arte no bairro de Campo de Ourique em Lisboa em 1984, tendo João Peste como vocalista, Zé Pedro Moura como guitarrista, Ondina Pires como baterista, Paulo Salgado como baixista e Luís Saraiva como percussionista. Em 1985, gravam no estúdio da Musicorde em Campo de Ourique, uma maqueta com quatro temas, com que concorrem à 2ª edição do concurso de música moderna do Rock Rendez-vous, no qual vencem o prémio de originalidade.
Em 1986 cria a editora Ama Romanta que lança o álbum "Divergências" onde aparecem, além dos Pop Dell’Arte e de uma entrevista ao sociólogo Paquete de Oliveira, nomes como Mler Ife Dada, Croix Sainte, Anamar, Essa Entente, Linha Geral e A Jovem Guarda, entre outros.
A Ama Romanta vai manter-se em intensa atividade até ao início dos anos 90 editando vários discos de enorme importância musicológica de nomes como Mão Morta, Mler Ife Dada, Telectu, Sei Miguel, Anamar, João Peste & o Acidoxi Bordel, Linha Geral, Nuno Canavarro, Pascal Comelade e, obviamente, Pop Dell’Arte. Durante esse período várias capas históricas são assinadas por nomes como Nuno Leonel, Alberto Faria, António Palolo, Vasco Colombo, Mateus Lorena e até mesmo João Peste e Ondina Pires.
Luís Carlos Amaro
Biografia
Lisboa, 1963. Designer gráfico
Diretor criativo do Atelier Gráficos à Lapa, é atualmente responsável pela imagem do Teatro São Luiz. Com vários projetos gráficos editoriais, na década de 90 foi designer do semanário JÁ e da revista Vida Mundial. Ganhou o prémio de melhor cartaz Prémios Sophia 2018 da Academia Portuguesa de Cinema com “Treblinka”, um filme de Sérgio Tréfaut. Desenvolveu a identidade gráfica e painéis para o Museu Nacional Ferroviário.
Nos anos 80 integrou, como baixista, a Jovem Guarda, juntamente com o irmão Vasco Amaro e Luís Saraiva (Licas). A banda concorreu ao segundo concurso de música moderna do Rock Rendez Vous, onde tocou algumas vezes, tendo uma música no respetivo álbum editado pela Dansa do Som. Outra gravação aconteceu no álbum “Divergências” para a Ama Romanta.
A ligação à música tem-se mantido sempre através do design gráfico, com o desenvolvimento de CDs para diversos artistas, entre os quais A Naifa, Linha da Frente, Megafone, Tim, Peste & Sida, Fandango, Luta Livre, Três Cantos, Carlos do Carmo, José Mário Branco, Vitorino, Sérgio Godinho, Mafalda Arnauth, Tammy Weis. Foi ainda responsável pelo grafismo do livro “A Naifa – Esta depressão que me anima” e autor do documentário “Rock Rendez Vous – A Revolução do Rock”, com realização de Ricardo Espírito Santo.
David Francisco
Biografia
David Francisco aka David Wolf, vive e trabalha em Lisboa.
É realizador e fundador da produtora audiovisual Moopie Film Company.
Nesta produtora teve oportunidade de realizar filmes um pouco por todo mundo, EUA em NYC, L.A, Texas, MIAMI; na Europa Londres, Berlin, Leipzig, Paris; e no continente africano em na África do Sul, Moçambique, Angola e Cabo Verde.
Em televisão colaborou com produtoras como a Endemol, Bus, Subfilmes e em regime freelancer para a RTP, SIC e TVI, MTV entre outras.
Ganhou vários prémios a nível nacional e internacional com vários videoclips e filmes que realizou. Tais como: com o seu primeiro filme Documental "Fantasma Lusitano" em Lisboa no Movi Festival de Música Portuguesa, em Cabo Verde ganhou melhor videoclip com "Bo Tem Mel" de Nelson Freitas, C4 Pedro nos prémios de Cabo Verde Music Awards, em Luanda melhor vídeo com Dji Tafinha e Nelson Freitas nos prémios Moda Luanda.
Foi responsável audiovisual do Teatro de São Luís onde teve contacto com actores, músicos e coreografos, como Pina Bausch.
Colaborou com a Companhia de Teatro de Rua Artelier, para a qual compôs inúmeras bandas sonoras e trabalhou também como actor e músico ao vivo. Companhia essa que esteve no ano de 2019 no festival Burning Man.
Realizou Spots publicitários para o Teatro Politeama com o Encenador e Dramaturgo Filipe La Féria.
É Realizador do projecto 50mm da Antena 3
http://media.rtp.pt/antena3/ler/david-francisco-realizador-do-50mm/ (http://media.rtp.pt/antena3/ler/david-francisco-realizador-do-50mm/%20/n%20_blank)
O seu primeiro documentário "Fantasma Lusitano" é sobre Jorge Bruto um ícone do Rockabilly Português que realizou em parceria com Nuno Calado da Antena 3.
Recentemente realizou um documentário sobre C4 Pedro, artista Angolano, que foi emitido na TPA, Realizou alguns Showcases para alguns artistas nacionais tais como Teresinha Landeiro e Samuel Úria. Fez um Dvd para Sérgio Godinho com a orquestra de Lisboa, e está a desenvolver um projecto de 15 videoclips para a editora americana Cleopatra Records.
Trabalha também como músico e produtor musical. Foi músico nos Uni_form, nos (( ASA )) e actualmente produz bandas como When The Angels Breathe, SWEET NICO, She Pleasures Herself, When The Roses Die e Wolf X (os seus projecto a solo). Faz sound design, compõe música para filmes publicitários e cinema. Já colaborou com agências como a Isobar e a Stopline.
Compõe também música original para os desfiles do estilista português Valentim Quaresma.
O Américo é o seu primeiro filme de ficção um filme de terror onde trabalha como realizador e actor, no qual interpreta duas personagens.
Trabalhou como Co Realizador e director de fotografia no filme de Filme “Ruy E Eunice - A Viagem ao Princípio” realizou parte do filme em Mérida com estes dois ícones do teatro Português Eunice Munoz e Ruy De Carvalho.
Neste momento começou já as rodagens do Filme 30 anos de Carreira dos Bizarra Locomotiva.
Anabela Mayor
Biografia
«Vim para Lisboa nos anos 80 e a música sempre foi a minha ligação com as pessoas e os lugares da cidade. Amigos, paixões, quartos, casas, empregos, tudo na minha vida estava de alguma forma ligada ou acontecia por causa da música. Um marco foi o concerto dos 'Sprung aus den Wolken' no RRV em 1989, era o mais perto de estar com a minha banda preferida de sempre, os 'Einstürzende Neubauten' e o filme “As Asas do Desejo". A música dos anos 80 e as suas geografias em Lisboa criaram a pessoa que sou e deram asas aos pensamentos das minhas emoções.»
Gimba
Biografia
Gimba, 64 anos, é um músico/autor/produtor lisboeta. Foi fundador do grupo 'Os Afonsinhos do Condado', e integrou também os 'Irmãos Catita' e 'Os Cavacos'. Produziu trabalhos de vários artistas: de Deolinda a José Cid, de Carlão a Vicente da Câmara. É o anfitrião da "Oficina do Gimba", um atelier de escrita de canções, e tem vindo a compôr a músicas para as marchas de São Vicente, tendo ganho o prémio da Grande Marcha de Lisboa por três vezes.
Está na génese do Clube Royale, uma loja vintage no Poço dos Negros, com música ao vivo, por onde passaram nomes como Samuel Úria, Vitor Rua ou Manuel João Vieira. Planeia publicar o seu quarto disco a solo em 2024.
Luiz Morgadinho
Biografia
Nascido em Coimbra em 1964. Esteve na irreverente linha da frente da contra-cultura da sua cidade natal, desde finais dos anos 70 e até meados da década de de 80. Em 1985, muda-se para Alvalade-Lisboa, onde inicia a sua carreira de artes plásticas, intitulando-se operário plástico do bizarro mundo do naife eruditoe, com fortes ligações ao ruído e a desastres com musicalidade.
Para além das artes plásticas, destaca a ligação a algumas bandas de música do panorama nacional, ao teatro, à performance e ao associativismo.
EmCoimbra, entre 1980 e 1984, forma a banda de improviso, ruído e performance, Divisão, com Ilda Teresa e Tó Quim.
Em Viseu, entre 1985 e 1990, a banda pós-punk 'Bastardos do Cardeal'.
Em Lisboa, entre 1987 e 1994 com 'Esse Entente', participação em estúdio; com 'Sitiados', participação em estúdio; em Feedback, edições discográficas, com Pedro Mariz, Miguel Marques e Pirata; em Micróbio cósmico, noise, com Pedro Mariz; em Produções Maradas, agência de espectáculos, com Gimba, António D’Lirio (Estátua), Luís Desiderat e Tiago Poeta (Bíblia). Performances, de1990 a 2000, em Lisboa, Teatro de aparições, com António D’Lirio e António Pocinho e, diversas a solo. Em 2010, Teatro 'Mãos em Bolso Alheio', com, António Luís Vaz Patto e António Baptista, em Oliveira do Hospital.
Mantém, até à data, atividade nas artes plásticas, performances e, pontual participação em Jam Sessions.
Paulo Morgado
Biografia
Paulo Morgado dirige, com Ruy Malheiro, o projeto “Curtas de Teatro Fora de Portas”, que também integra como ator.
Tem colaborado com a 'Épica, Associação para o fantástico nas Artes', na organização do 'Fórum Fantástico', evento anual onde tem programado e moderado várias sessões relacionadas com o 'Fantástico no Teatro'.
Foi colaborador do 'Teatro Rápido', na seleção de candidaturas, divulgação, networking, apoio a artistas ou apoio técnico.
Em 1985 ingressou na Escola Superior de Teatro e Cinema e em 1992, entrou para a 'RTC – Rádio Televisão Comercial', tornando-se responsável pela Comercialização e Marketing Internacional do Cinema e Programas de TV até 2002.
É um colecionador compulsivo de livros e entusiasta da Banda Desenhada. Desde muito jovem teve sempre grande fascínio pela música, (o avô materno fora violinista), embora não tenha podido enveredar pela sua aprendizagem. Entre 1987 e 88 acompanhou a banda 'Morituri' registando em vídeo vários dos seus ensaios e concertos, incluindo a participação no Concurso de Música moderna do RRV.
Acompanhou também o projeto 'AMENTI' de João Gata, com Teresa Salgueiro como vocalista 'pré-Madredeus'.
Estas experiências cosmopolitas foram determinantes para um rapaz que viveu a infância e a adolescência numa zona periférica onde nada acontecia, como o Monte Estoril.
Ondina Pires
Biografia
Ligada à música moderna portuguesa como baterista, vocalista e compositora (grupos musicais: Ezra Pound e a Loucura, Pop Dell´Arte, The Great Lesbian Show); Coletivo Artístico Cellarius Noisy. Livros publicados: Scorpio Rising: Transgressão Juvenil, Anjos do Inferno e Cinema de Vanguarda / Biografia autorizada de Victor Gomes: Juntos Outra Vez/ Fátima Kitsch:Outra Estética/ E-book Drone Society / Memórias do Rock Desalinhado / Calendário das Virgens Existencialistas / Holo-caustic Zine. Escrita Jornalística de textos de opinião estética e artística para Jornais e Revistas; Colóquios culturais; Ilustração; Banda Desenhada; Escrita de Poesia editada em Fanzines; Tradução; performance (Casa da Cerca, Câmara de Almada, Ginjal Terrasse, entre outros); Colecionismo de Brinquedos e Postais Vintage e utilização dos mesmos em trabalhos artísticos. Mestrado em Estudos Americanos.
Alexandre Gonçalves
Biografia
«Cresci a ouvir música.Clássica, jazz, a boa francesa, a boa brasileira. Depois, ouvi a música que descobri com primos e amigos e imediatamente tive a certeza de que a queria fazer, um dia, mais tarde. De ouvir a fazer foi um passo. Com Culatra, a minha primeira banda, cantei de 1986 até 1991. Com a continuação de Culatra, chamada Land Ho, de 91 a 94. Depois, um intervalo. De 2005 a 2008, com Hellzapoppin, de 2008 a 2013, com Dirt Deluxe, de 2016 a 2019, com Skin Deep. Agora, um novo projecto a nascer. Muitos concertos, dois EP's gravados e uma versão num álbum de tributo a Peste&Sida. E continua.»
Vitor Rua
Biografia
É uma das figuras-chave da música criativa portuguesa, com uma carreira que abrange uma infinidade de idiomas e estilos — do rock (foi o fundador da banda de sucesso 'GNR') ao minimalismo, folk, punk, thrash metal, electrónica e música sertaneja, à improvisação livre (29 anos com Telectu, seu duo com o pianista e musicólogo Jorge Lima Barreto).
Neste mundo, trabalhou (entre outros) com Sunny Murray, Gerry Hemingway, Han Bennink, Paul Lytton, Barry Altschul, Gunter Sommer, Chris Cutler, Eddie Prevóst, Louis Sclavis, Jac Berrocal, Carlos "Zíngaro" e Elliott Sharp.
No outro mundo, desde 1987, tem-se concentrado mais na composição clássica contemporânea, escrevendo para solistas, grupos de câmara e orquestras. Os intérpretes incluem (entre outros) John Tilbury, Giancarlo Schiaffini, Daniel Kientzy, Peter Rundel, Christian Brancusi e o Remix Ensemble). Escreveu já seis óperas.