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Os filmes de António Repolho Correia
10 anos da Mostra de Filmes de Arquivos Familiares
Das trezentas horas de imagens em movimento angariadas no nosso arquivo, há uma coleção que decidimos destacar nesta sessão, os filmes da família Repolho Correia; esta coleção faz parte das cerca de trinta horas de imagens anónimas e órfãs encontradas na Videoteca e que seriam depois a inspiração para o arranque da TRAÇA. No entanto, a história desta coleção não ficou por aqui, já que depois de algumas tentativas para encontrar o paradeiro de quem filmou, 2024 foi o ano em que tal aconteceu.
Desta forma lançamos o desafio à Maria do Mar Fazenda que, a um dado momento de visualização da coleção, viu um excerto filmado nas rochas e grutas de Lagos, no Algarve, e se lembrou do filme do João César Monteiro sobre Sophia de Mello Breyner Andresen, realizado em 1969, no qual o realizador segue Sophia e a família nas suas férias no Algarve. A sua proposta busca “encontrar naquelas imagens o diálogo entre a arte e a vida”.
E este diálogo transforma-se numa conversa a muitas vozes como se estivéssemos numa sala de estar, onde estes filmes eram vistos com amigos e família.
Leonor Areal junta-se a nós para nos falar das imagens que o António Repolho Correia filmou, e da sua perspetiva sobre arquivos amadores e filmes de família como investigadora, curadora e realizadora, e a forma fascinante como estes filmes, muitas vezes considerados insignificantes, contam histórias tão poderosas e autênticas.
Comemorar dez anos da TRAÇA é celebrar o valor único dos arquivos familiares e a magia do cinema. É reafirmar a importância de um projeto que continua a traçar um mapa afetivo da cidade, feito de fragmentos de vida que, juntos, contam uma história mais completa e plural de Lisboa.

