content-info
Marcelino
Marcelino (2003, Lisboa) é licenciada em Arte Multimédia pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Trabalha a partir de processos experimentais que conjugam som e imagem, explorando a interseção entre tais linguagens. Realizou diversas exposições coletivas, entre elas Four Echoes Exhibition (Málaga, 2025) e ÉDEN (IST, 2025).
António Bezerra
António Bezerra (1968, Portalegre) é artista interdisciplinar e diretor de arte, vive e trabalha em Lisboa. A sua prática cruza arte, tecnologia e questões sociais, explorando a desmaterialização e os limites éticos da era digital. O seu trabalho propõe uma reflexão crítica sobre a vigilância, a privacidade e a identidade num contexto de aceleração tecnológica. Em 2018 recebeu o Maker Art Prize com #no_privacy. Atualmente aprofunda os seus estudos em Arte Multimédia, Performance e Instalação na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Patrícia Dias
Patrícia Dias (2003, Aveiro) desenvolve o seu trabalho entre a fotografia, o vídeo e o desenho, explorando as potencialidades da imagem enquanto lugar de intuição e perceção. Formada pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, tem apresentado o seu trabalho em Portugal e Espanha. Paralelamente, tem expandido a sua prática em direção à curadoria e à investigação artística.
Filipe Pinto
Filipe Pinto vive e trabalha em Lisboa; é artista e ensaísta. Participou em algumas exposições (Galeria Quadrum, Mute, Museu do Neo-Realismo ou Experimentadesign). Publicou ensaios, crítica de arte e projetos artísticos nas revistas Ara (USP), Interact (FCSH-UNL), Revista de Comunicação e Linguagem (FCSH-UNL), Wrongwrong, Artecapital, Imprópria, Intervalo, Cinema e em edições de autor. Integra a direção da revista Wrongwrong. www.filipepinto.weebly.com
Sonosfera Telectu
Carlos Mendes, Ilda Teresa Castro, Vasco Barão e Vitor Rua, 2022, 110´
Produção Optec Filmes / Carlos Mendes e Ilda Teresa Castro
O documentário sobre o duo TELECTU de Vítor Rua e Jorge Lima Barreto regista a sua vida na estrada em viagens pelo mundo durante os anos 1980, 1990 e 2000 com recurso a imagens de arquivo da banda. Uma viagem imersiva pelo percurso de uma das bandas mais inovadoras e seminais da música alternativa e independente portuguesa.
A Escuta
Inês Oliveira, 2022, 55´
Produção Ar de Filmes / Inês Oliveira
Mergulho nas águas profundas de um artista multidisciplinar e inconformado que se dedicou, desde a primeira juventude, à experimentação e a “estéticas falíveis”, na sua própria definição. Pioneiro, em Portugal, da música improvisada. O artista é filmado “em acção”, num espaço abstrato e num tempo suspenso. Entre actuações, incursamos, sem filtros, nos labirintos da sua memória. “A Escuta” é também a passagem de testemunho de um mestre.
Pedro Costa
Pedro Costa, Lisboa 1969, trabalha com música desde o final da década de 1980, primeiro em lojas de discos, um sonho que carregava desde sempre, e depois como curador da editora Clean Feed e de concertos e festivais um pouco por todo o lado. Comprometido com as novas formas do jazz e da música improvisada enquanto forma artística, seja ela mais composta ou mais improvisada, contribuiu para a internacionalização do Jazz nacional.
Pedro Medeiros
Nasceu em Fevereiro de 1969.
Entre 1993 e 1999, foi membro do Centro de Estudos de Fotografia e dos Encontros de Fotografia de Coimbra.
Em 1997 ingressou na Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual e na Escola de Fotografia MauMaus, em Lisboa, prosseguindo os seus estudos em Inglaterra no London College of Printing (2000-2001), como Bolseiro do Ministério da Cultura / Centro Português de Fotografia.
Fotógrafo freelancer desde 1999. Viveu e trabalhou em Londres, Inglaterra, entre 1999 e 2001, e em Quioto, Japão, entre 2015 e 2017.
Expõe desde 1997, tendo realizado exposições em Portugal, Espanha, Brasil, América do Norte, Inglaterra, Grécia, Ucrânia, Japão, Dinamarca, Holanda, Polónia, França, África do Sul, China.
É autor de vários livros e monografias. Está representado em coleções públicas e privadas, nomeadamente: Ministério da Cultura / Centro Português de Fotografia, Coleção Nacional de Fotografia; CAV Centro de Artes Visuais - Encontros de Fotografia; CAPC - Círculo de Artes Plásticas de Coimbra; Coleção de Arte Contemporânea do Estado - Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (CACC); Coleção de Arte Moderna e Contemporânea — Norlinda e José Lima; AA Contemporary Art Collection – Colecção de Arte Contemporânea de Ana Cristina e António Albertino; Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico; Ministério da Cultura - Direção Regional de Cultura do Centro; Ministério da Justiça - Direção Geral dos Serviços Prisionais; Embaixada de Portugal no Japão; Fundação Inês de Castro; Centro Cultural Vila Flor; Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura; Universidade de Coimbra; Centro de Documentação 25 de Abril; Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio; Universidade de Estudos Estrangeiros de Kyoto; Teatro Académico de Gil Vicente; Bluepharma – Indústria Farmacêutica; Exploratório - Centro Ciência Viva de Coimbra.
E-mail: pmedeiros69@gmail.com
Viviane Trindade Borges
Professora Titular da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), atuando no curso de graduação em História e como docente permanente no Programa de Pós-Graduação em História da UDESC e do Mestrado Profissional em História (ProfHistória). Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História (03/2023 - 03/2025). Pesquisadora Associada do Institut de Histoire du Temp Présent (IHTP/Paris - www.ihtp.cnrs.fr/chercheurs/viviane-borges/). Coordenadora do Programa de extensão Permanente Arquivos Marginais. Membro da Rede Brasileira de História Pública, da International Federation for Public History e da Associação Brasileira de História Oral. Doutora em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com doutorado-sanduíche na École des Hautes Études en Sciences Sociales - EHESS, Paris (2008). Estágio pós-doutoral no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra ( 2018 - 2019). Desenvolve investigações sobre os seguintes temas: História das prisões, Escritos de presos e menores em conflito com a lei, (auto)biografias de sujeitos marginalizados, Arquivos, História Pública, Patrimônios Difíceis e Patrimônio Prisional.
E-mail para contato: viviane.borges@udesc.br
Site: www.arquivosmarginais.com
http://orcid.org/0000-0002-7576-7789
Leonor Areal
Realizou diversos documentários, dos quais oito longas-metragens: Geração Feliz (2000), Ilusíada - A minha vida dava um filme (2002), Doutor Estranho Amor (2005), Ópera Aberta (2005), Fora da Lei (2006), Aqui tem Gente (2013), Nasci com a Trovoada (2017) e Onde está o Pessoa? (2023). Fez doutoramento em Ciências da Comunicação, especialidade de Cinema, na FCSH-NOVA, com a tese publicada como "Cinema Português - Um País Imaginado" (2011).
Maria do Mar Fazenda
(1977, Lisboa)
Curadora independente e investigadora (IHA/FCSH/NOVA). Licenciada em Belas Artes pela The Slade School of Fine Art, University College of London, Londres (2002). Após realizar a Pós-Graduação em Estudos Curatoriais na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa/Fundação Calouste Gulbenkian (2005), começa a trabalhar em curadoria em diferentes contextos expositivos. Atualmente, frequenta o doutoramento em Estudos Artísticos na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian/CAPACETE (2009) e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (2014-2018). Premiada com a Iniciativa Novos Comissários/Arte Contempo (2007) e recebeu o Prémio de Curadoria Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC (2015).
Paralelamente à prática de curadoria desenvolvida desde 2005, destaca do seu percurso: a colaboração com a galeria Quadrado Azul, Lisboa (2006-2007), a escrita de crítica de arte na revista L+Arte (2007-2011); a consultoria para as Artes Visuais no programa Câmara Clara(2008-2009); a assistência à realização (de Jorge Silva Melo e Marco Martins) de documentários sobre artistas (2007-2009) e a coautoria (com Luísa Homem) da série de 13 documentários sobre os museus portugueses Um dia no museu produzida pela CRIM para a RTP2 (2010-2011); a programação para o Espaço Arte Tranquilidade (2013-2015); a direção artística da primeira edição da feira Drawing Room Lisboa (2018); integrou as equipas de curadoria de duas edições do ciclo O que é o arquivo? (2017 e 2019) e da Traça, mostra de filmes de arquivos familiares (2020), iniciativas promovidas pela Videoteca do Arquivo Municipal da Câmara Municipal de Lisboa; a assessoria para a programação do Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, em Chaves (2020-2022). Escreve regularmente textos para folhas de sala, catálogos e outras publicações.
Carlos "Zingaro"
Carlos “Zingaro” (Lisboa) - Com uma carreira de mais de 60 anos, enquanto músico, compositor e artista visual, tem formação clássica, tendo desenvolvido extensa prática nas artes experimentais, desenvolvendo múltiplas colaborações com alguns dos maiores nomes da “nova música” mundial, com presença frequente em festivais internacionais.
Pioneiro em Portugal na utilização das novas tecnologias na composição e interação em tempo real, assim como na relação som / movimento e composição imediata, particularmente presentes em muito do seu trabalho como compositor de cena, sobretudo para dança e teatro, tendo trabalhado com muitos dos principais encenadores e coreógrafos nacionais.
Integrou a Orquestra Universitária de Música de Câmara, dirigida pelo maestro Ivo Cruz. Tirou o curso superior de cenografia e figurinos da Escola Superior de Teatro em 1976. Com uma bolsa da F. C. Gulbenkian foi residente na escola politécnica de Wroclaw / Polónia nos primeiros encontros internacionais de “teatro música” dirigidos pelo compositor Richard Misiek em 1978. Em 1979 ganha uma bolsa Fulbright e é residente na Creative Music Foundation - Woodstock / New York, dirigida pelo compositor Karl Berger. Em 2010 é residente na Civitella Ranieri Foundation / Itália, com bolsa da mesma fundação.
Está na origem de grupos como Plexus (1967), Cómicos Grupo de Teatro (1974), Granular Associação (2002). Tem uma discografia de mais de 60 títulos, maioritariamente em edições internacionais.
Ricardo Mariano
Ricardo Mariano, originário de Coimbra, tirou, na viragem do século, o curso de programação na Rádio Universidade de Coimbra. Deu os primeiros passos aos microfones da RUC, laboratório perfeito para todo o género de experiências radiofónicas, forja de amizades e descobertas musicais. Em 2002 cria o agora histórico "Vidro Azul", um dos programas de rádio de maior culto do país. O salto para o FM da RADAR e mais tarde para a SBSR, conduz Ricardo Mariano para Lisboa. Foi a voz das tardes da SBSR, autor de conteúdos como "Happy Mondays" ou "Planeta Futuro", realizou os programas de autor "Vidro Azul" e "Em Transe" (agora em podcast) e fez reportagens em diferentes festivais de música em Portugal - Primavera Sound, Super Bock Super Rock, Paredes de Coura, entre outros - e no Estados Unidos, no maior evento musical do planeta: Festival SXSW, em Austin, Texas. Dá voz para publicidade e outros trabalhos narrados, tendo, igualmente, ao longo dos últimos anos, escrito sobre música para diferentes publicações da especialidade. Cofundador da Associação conimbricense Lugar Comum, promoveu e produziu dezenas de concertos. O Djing é outra das suas práticas e paixões, contabilizando sets nos clubes mais conhecidos de Lx, noutros pelo país e em festivais de música e cinema.
Miguel Azguime
Compositor, poeta, performer, Miguel Azguime nasceu em Lisboa em 1960. Em 1985, fundou com Paula Azguime o Miso Ensemble, projeto de autor singular, largamente reconhecido pelo público e pela crítica, com um percurso de várias centenas de concertos realizados por todo o mundo.
Miguel Azguime obteve vários prémios de composição e de interpretação e o seu catálogo compreende mais de 100 obras para as mais diversas formações, instrumentais e/ou vocais, com e sem eletrónica.
Recebeu encomendas de inúmeras instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras e a sua música tem tido presença regular nalguns dos mais importantes festivais internacionais de música contemporânea, dos EUA ao Japão, pela mão de prestigiados maestros, solistas e agrupamentos.
Miguel Azguime foi compositor residente em numerosos estúdios de criação internacionais e em 2006 foi compositor residente do Kunstlerprogram da DAAD em Berlim, onde residiu até 2012. Obteve com a sua Nova Op-Era “Itinerário do Sal”, o prémio Music Theatre NOW do Instituto Internacional de Teatro da UNESCO e o Prémio Nacional Multimédia.
À sua intensa atividade como compositor, poeta e performer, vem juntar-se uma constante dedicação na divulgação e fomento das novas linguagens musicais e das relações da música com a tecnologia. Neste sentido tem multiplicado as ações, destacando-se a fundação da Miso Music Portugal (centro de criação e produção musical), a criação do Festival Música Viva e do O’culto da Ajuda, a fundação do Centro de Investigação & informação da Música Portuguesa / MIC.PT e a fundação do Sond’Ar-te Electric Ensemble.
www.azguime.net / www.mic.pt / www.misomusic.me
Rui Eduardo Paes
Com 40 anos de carreira como jornalista e ensaísta, Rui Eduardo Paes focou a sua atenção na cultura, nesta com especial incidência na música, na dança, na performance-arte e na arte intermedia. Tem 11 livros publicados e participa em outros 12 de autoria coletiva. Foi o editor da revista jazz.pt entre 2006 e 2021, primeiro na sua versão em papel e, desde Abril de 2013, na Internet. Foi de 2014 a 2021 o curador do ciclo de concertos Jazz no Parque, produzido pela Fundação de Serralves. Colaborou durante 11 anos com a Culturgest – Fundação Caixa Geral de Depósitos e 15 anos com as editoras discográficas Clean Feed e Shhpuma. Foi assessor de imprensa do Teatro Nacional D. Maria II e assessor da direção do Serviço ACARTE da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi um dos fundadores da associação cultural Granular, a cuja direção pertenceu durante mais de uma década, partilhando com o músico e artista visual Carlos “Zingaro” a curadoria das suas atividades. Durante 20 anos foi um dos jurados da Bolsa Ernesto de Sousa, em representação da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Programou festivais e concertos na SMUP - Sociedade Musical União Paredense durante nove anos. Foi docente no Curso de Jornalismo e Crítica Musical da ETIC – Escola de Tecnologias, Inovação e Criação e no JAMM.LX – Curso de Jazz e Música Moderna da Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa. Mantém o blogue Passos na Floresta e é um dos curadores da plataforma internacional de rádio e streaming ROVR, com o programa Superclássico. Integra o projeto musical Astronauta Desaparecido, com dois álbuns editados, "Sound & Fury" e "Virus From Outer Space".
Dele disse o músico e compositor Vítor Rua: «A única pessoa que, em Portugal, conseguiu criar uma nova forma de escrever sobre música é Rui Eduardo Paes. REP não é apenas um especialista dentro da crítica musical. É um especialista generalista! E porquê? Porque é um expert em variegados estilos musicais: tem experiência e conhecimentos dentro da chamada improvisação total; controlo e poder de análise na área do jazz (do clássico ao presente) e em certa música clássica/contemporânea; aventura-se no art rock; revela pontaria ao apontar nomes que mais tarde se revelam como seminais. São inúmeros os músicos de diversos estilos musicais que muito têm a dever aos textos filosófico-analíticos de REP. Na atualidade, não existe no nosso país nenhum outro crítico musical com o seu eclectismo e a sua qualidade!»
Maria Radich
Bailarina, coreógrafa e cantora. Desde 1995 desenvolve trabalho em dança, teatro e música com vários criadores.
Na música destacam-se as participações na Poliploc Orquestra de Nuno Rebelo (1993/1995), no projecto musical OVO (2000/2006) e com os AbztraQt Sir Q (2010/2019).
Tem participado em diversos concertos de música improvisada com diferentes músicos entre eles Carlos "Zingaro", Nuno Rebelo, José Bruno Parrinha, Paulo Curado, Ernesto Rodrigues, Paulo Chagas, Maria do Mar, Carla Santana, Manuel Guimarães, Francisco Trindade, Anna Piosik, Bernardo Alvarez, Joana Guerra, Helena Espvall, Fernando Simões, Yaw Temble, Ricardo Freitas, Ivan Franco, Carlos Santos, Nuno Torres e muitos outros, onde tem vindo a desenvolver e a definir uma linguagem vocal numa vertente mais experimental. Participa igualmente em ensembles como Variable Geometry Orchestra e IKB. Fez parte do trio Morf3ma com José Bruno Parrinha e Gonçalo Castro (2016/2017). Atualmente faz parte sexteto de música improvisada Lantana e do projeto em dueto com Carla Santana de "Electrónica e Voz". Vai igualmente, desenvolvendo trabalho vocal a solo.
Ernesto Rodrigues
Violetista português. Começou a estudar música aos 5 anos sob a orientação do maestro Wenceslau Pinto. Frequentou o curso de violino do Conservatório Nacional. A partir de 1977 inicia as suas incursões na música improvisada “não idiomática” assim como em todos os géneros musicais, desde a música contemporânea ao free jazz e música improvisada, ao vivo e em estúdio.
A relação com seus instrumentos é focada em elementos sonoros e texturais.
A música eletrónica foi uma influência precoce na sua abordagem ao violino, que desafia os conceitos românticos tradicionais do violino / viola através do uso de preparações e micro tuning.
Ativo em diferentes cenários da cena portuguesa, da livre música improvisada, como colaborador ou como líder de vários grupos.
Tem uma produção discográfica extensa em nome próprio ou em colaborações. Fundador dos grupos Fromage Digital, Variable Geometry Orchestra, Suspensão, IKB, Diceros, String Theory, Diceros, Octopus, Lisbon String Trio e Spiegel.
Em 2000 cria a editora discográfica Creative Sources Recordings com grande reputação internacional.
Música para dança, cinema, vídeo e performance.
Tem tocado en festivais na Europa, América e Ásia.
http://creativesourcesrec.com/artists/e_rodrigues.html
http://www.allmusic.com/artist/ernesto-rodrigues-mn0000206256/biography
Maria do Mar
Maria do Mar
Maria do Mar, violinista, compositora, performer, professora e activista, natural de Lisboa, com um trajecto iniciado na música clássica e no ensino, e recentemente em projectos de música experimental e improvisada. Tocou em várias orquestras e foi dirigida por vários maestros dentro e fora do país e leccionou em vários conservatórios e escolas nacionais, onde procurou formas alternativas de ensino. Os seus alunos apresentaram-se a solo em concertos e concursos nacionais.
De uma atividade eclética e transdisciplinar, destacamos participações em bandas sonoras de filmes nacionais: “O Arquiteto” de Paulo Rocha (1993), “Estive em Lisboa e Lembrei de Você” (2018) de José Barahona, “Ela é Uma Música” (2019) de Francisca Marvão, “Caos e Afinidade” de Pedro Gonçalves (2020). Escreveu música original para “Há Uma Profeta nas Olaias, Tenham Cuidado!” (2021) de Lucas Camargo de Barros e “O Estranho Caso de Adelaide” de Inês Oliveira (2023). Peças de teatro e performances, como “O Impromptu de Versalhes” de Molière (2016) a solo no Teatro Nacional D. Maria II, com encenação de Miguel Loureiro, música e performance em “(RE)EXISTIR (RE)ENCONTRAR”, de Aldara Bizarro e Sónia Baptista, no Teatro S.Luiz (2022); performances: com Sónia Baptista, “Assentar Sob as Águas” (2016), com Maria Radich “BooKiNg PoiNt” (2017), Estragaram-nos a Festa, Pá!, com Gisela Casimiro (FARRA 24, Appleton, MACE; solos: “Variáveis Azuis Luminosas”, O Armário (2018); “Grão – CoNTraTemPo” (2021), Festival Giacometti, Peroguarda; “Grão_X”, aldeia de xisto da Barroca do Zêzere. Em 2024 trabalhou no Opera Lab Berlin, com a peça de teatro musical “Silencio, Por Favor!” de Julia Marx & Thorbjörn Björnsson. Trabalha regularmente com música para poesia com João Morales, e colaborou entre outros com Nuno Moura, Marta Bernardes, Catarina Santiago Costa, Escola de Mulheres, Cláudia Sampaio, Raquel Nobre Guerra, Raquel Lima e Jan Kleefstra.
Integra grupos com vários discos editados, com Rodrigo Leão, Fungaguinhos, Cachupa Psicadélica, Ernesto Rodrigues, Ameeba, Mayhuma, Adriano Orrú e Luiz Rocha, entre outros. Destaque para o primeiro álbum de LANTANA, “Elemental” (Cipsela, 2022), elogiado pela crítica internacional e Prémio RTP/Festa do Jazz como Melhor Grupo do Ano e Grupo Revelação do júri internacional da revista El Intruso (2022).
Desenvolveu trabalho de improvisação com Butch Morris, Carlos “Zingaro”, Joelle Léandre, Paulo Curado, Sei Miguel, Miguel Mira, Joana Guerra, Helena Espvall, Adriana Sá, Paulo Chagas, Juan Calvi, Rodrigo Amado, Lula Pena, Noel Taylor, David Rothenberg, Sofia Borges, entre outros, apresentando-se em concertos, ciclos e festivais nacionais e internacionais como MIA, Creative Fest Lisboa e Berlim, Festival Underscore, Jazz no Parque de Serralves com Joelle+5, BCN Impro Fest Barcelona e Festival Urogallo Léon, Magasessions, Lisboa Soa, Jazz ao Centro Coimbra, Jazz 2020 Fundação Calouste Gulbenkian, Dos Modos Nascem Coisas Albergaria a Velha, Phonofemme Wien 2023, Profound Whatever 2024, TBA Lisboa, CCB. Formou o trio Arpyies com Ana G. Albino e Catarina C. Silva, com vários concertos realizado se tour europeia, e os duos Kokota Mabaya, com César Burago, Zénite Azul, com Tracy Lisk, MIAMAR, com Mia Zabelka, Mar/Lencastre, com José Lencastre, Mar/Camões, com João Camões.
Programação/curadoria: “Pequenas Notáveis - Um Mini Festival Sobre o Feminino” (2018), Pequena Notável, Lisboa (2018); ImproJam (2018 a 2020), Penhasco, Lisboa; Amoras Silvestres (2021), Casa Independente, Lisboa; Queer Fest (2020 e 2021), SMUP Parede, Penhasco e Casa Independente; Ciclo DeScomposição Transitória (2020 a 2023), SMUP Parede.
Em 2019 foi nomeada pela revista Jazz.pt para Melhor Músico ou Grupo Nacional.
Busca no seu trabalho um universo amplo, o desenvolvimento de uma linguagem pessoal com fronteiras estéticas esbatidas onde se abrem possibilidades transversais e sem limites criativos.
https://cipsela.bandcamp.com/album/elemental
https://ernestorodrigues.bandcamp.com/album/queen-triot
https://ernestorodrigues.bandcamp.com/album/the-sudden-bird-of-waiting
https://cachupapsicadelica.bandcamp.com/track/lamb-lamb-feat-maria-do-mar
https://anti-demos-cracia.bandcamp.com/track/war-is-a-show-feat-maria-do-mar
https://mayuhma.bandcamp.com/album/mayuhma
https://joanaguerra.bandcamp.com/album/ch-o-vermelho
https://gumemusic.bandcamp.com/album/dobra
Nuno Rebelo
Licenciou-se em Arquitetura em 1984. Integrou o grupo Streetkids entre 1980 e 82, que gravou vários discos para a editora Vadeca. Dirigiu o grupo Mler ife Dada entre 1983 e 89, com o qual actuou em Portugal, Espanha, França, Itália e Argélia. Vários discos deste grupo foram editados pela PolyGram. Dirigiu o grupo instrumental Plopoplot Pot entre 1990 e 92, que ganhou o 1º prémio do Concurso de música moderna da Câmara Municipal de Lisboa e gravou o CD "Em Tempo Real" (ed. El Tatu). Da sua passagem pelo corpo docente da Escola Profissional de Ofícios do Espectáculo, formou com os seus alunos a Poliploc Orkeshtra, apresentando o filme mudo "Nosferatu", de Murnau, com música ao vivo (Portugal, França, Dinamarca, 1992-95). Com elementos da Poliploc Orkeshtra musicou ao vivo o filme mudo "Douro, Faina Fluvial" (o primeiro filme de Manoel de Oliveira), na sessão de apresentação pública da versão restaurada do filme, na Cinemateca Portuguesa.
Apresentou o projeto “As guitarras portuguesas mutantes!!!” que estreou no Centro Cultural de Belém em Agosto de 98, integrado no festival “Mergulho no Futuro” (Expo 98).
Em 1988 compôs a música para o desfile de moda "Manobras de Maio" (Praça de Touros do Campo Pequeno, Lisboa). Esta composição foi editada pela EMI no CD com o título "Sagração do mês de Maio - 1ª Sinfonia Falsificada". Desde então tem feito música para filmes, teatro, dança e instalações. Neste âmbito trabalhou com os realizadores Edgar Pêra, José Nascimento, Jorge António, Jorge Paixão da Costa, João Pedro Ruivo, José Pina, com os encenadores José Wallenstein, Philippe Genty, António Feio, Àgueda Sena e com os coreógrafos Mark Tompkins, Paulo Ribeiro, Vera Mantero, João Fiadeiro, Aldara Bizarro, entre outros. Das instalações, destaque para as concebidas para exposições de A. Cerveira Pinto, Daniel Blaufuks e António Jorge Gonçalves. Em 1995 fez a música do CD Rom "Museu Virtual", uma produção da Aula do Risco para a Bienal da Utopia, Cascais. Em 1998 fez a música para o espetáculo “Oceanos e Utopias” (Pavilhão da Utopia na Expo 98), uma encenação de Philippe Genty apresentado diariamente na Expo 98, tendo sido visto por cerca de 4 milhões de espectadores.
Compôs “Pangea”, o hino da EXPO 98, e a música de Lisboa 94 capital europeia da Cultura (prémio "Marketing & Publicidade - Escolha de Ouro" para o melhor jingle do ano) e ainda a música do espetáculo de luzes e fogo de artifício que marcou a abertura de Porto 2001 Capital Europeia da Cultura.
Tem tocado em diversos países em concertos de música improvisada, com músicos como Marco Franco, Kato Hideki, Gianni Gebbia, Peter Kowald, Shelley Hirsch, Michael Moore, DJ Olive, Eric M, Carlos Bica, Joan Saura, Gregg Moore, Paolo Angeli, Graham Haynes, Jean Marc Montera, Philippe Aubry, Telectu, Carlos Zíngaro, Michael Vatcher, Alexander Frangenheim, Le Quan Ninh, Ernesto Rodrigues, Rodrigo Amado, etc. Tem participado em espetáculos de improvisação com os bailarinos Mark Tompkins, Vera Mantero, Frans Poelstra, Steve Paxton, Lisa Nelson, David Zambrano, Julyen Hamilton, João Fiadeiro, Boris Charmatz, Patrícia Kuypers, Malpelo, Benoit Lachambre, Mathilde Monier, etc. Neste âmbito participou no projeto “Tuning Scores”, de Lisa Nelson (Centre Georges Pompidou, Paris, 2003), e participou no projeto site-specific “En Chantier”, de Mark Tompkins, que se desenrolou de 2001 a 2004 durante a obra de restauração do Théatre de La Cité Internationale (Paris) culminando na abertura do novo teatro. Tem orientado workshops de música improvisada e técnicas experimentais para guitarra elétrica. Juntamente com Mark Tompkins tem orientado o workshop “audible movement, visible sound”, nomeadamente em Strasbourg (1999, 2000), Lisboa (2001), Bucareste (2002) e Viena (2001, 2003, 2004).
Pedro Félix
Pedro Félix é o coordenador da Equipa Instaladora do Arquivo Nacional do Som, estrutura de missão criada pelo Estado Português e tutelada directamente pelo Ministério da Cultura.
Membro dos centros de investigação Instituto de Etnomusicologia (INET-md, desde 1997) e do Instituto de História Contemporânea (IHC desde 2014), ambos da Universidade Nova de Lisboa. Colaborou com o Museu do Fado desde 2005.
Integrou a equipa responsável pela elaboração da candidatura do Fado a Património Cultural Imaterial da UNESCO (2005-2011, onde coordenou o trabalho de campo e a inventariação do património fonográfico associado ao Fado). Coordenou e desenvolveu o programa de digitalização do espólio fonográfico do Museu do Fado.
Tem participado na organização de vários arquivos de som privados e colaborado com instituições públicas e privadas no tratamento de espólios fonográficos. Tem realizado trabalho de gravação, digitalização, restauro e masterização de áudio.
Concebeu e coordenou o projecto europeu HeritaMus (2015-2018), uma ferramenta digital para a curadoria colaborativa de património material (fonográfico) e imaterial (práticas e conhecimentos musicais).
Tem desenvolvido trabalho sobre arquivos de som, património sonoro, tecnologias do som, práticas de grupos musicais, indústria da música, mas também sobre metodologia e técnicas nas ciências humanas e no campo dos Science and Technology Studies.
Toda a sua investigação serviu de base para publicações em livro, capítulos e artigos em revistas científicas (peer-reviewed), sobre contextos de produção musical tendo por base fonogramas históricos, sobre processos de patrimonialização e tratamento de documentos sonoros em suportes históricos, e para a sua tese de doutoramento sobre a prática musical em contextos de produção industrial. Integrou a equipa de coordenação da Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX para a qual escreveu mais de 50 entradas. As suas digitalizações e restauro de documentos sonoros têm sido publicadas em diversas reedições críticas de gravações históricas.
É membro activo da International Association of Sound and audiovisual Archives (IASA), associação de que é actualmente Secretário-Geral e Chair do Ambassadors Committee.
Inês Oliveira
Inês Oliveira nasceu em Lisboa a 1976. Estudou artes plásticas no ArCo e cinema na ESTC e FCSH. A sua vida tem sido dedicada à criação de filmes (https://vimeo.com/inesoliveiracinema) onde a experimentação e o som têm um lugar central. O seu trabalho tem presença e premiações em festivais nacionais e internacionais. Leciona cinema com regularidade na ESAD, ArCo e ACT, além de workshops pontuais. É membro das associações de cinema APR, Aprodoc e MUTIM. Em 2022 fundou a produtora Filmes da Mãe (https://filmesdamae.wordpress.com/).
Helena Espvall
A violoncelista/guitarrista Helena Espvall nasceu na Suécia, viveu vários anos em Philadelphia, USA, e reside em Lisboa desde 2012. Espvall tem tocado concertos a solo por exemplo no Out.Fest, Bar Irreal, Lounge, Damas, ZDB, e Panteão, e actualmente é uma figura muito activa na cena improvisada lisboeta, tem colaborado com Vítor Rua, Adriana Sá, David Maranha, Sei Miguel, Norberto Lobo, e a banda Beautify Junkyards entre outros. Espvall faz parte de LANTANA, colectivo de improvisadoras com o álbum Elemental lançado pela editora Cipsela Records. Nos últimos tempos, Espvall tem gravado e tocado ao vivo com Tó Trips.
Histórias de um amor
Sinopse
«"Acabas agora de fazer oitenta e dois anos. És ainda bela, graciosa e desejável. Faz cinquenta e oito anos que vivemos juntos e amo-te mais do que nunca. Recentemente reenamorei-me de ti uma vez mais e trago de novo em mim um vazio devorador que só o teu corpo apertado contra o meu apazigua. À noite vejo por vezes a silhueta de um homem que segue um carro funerário, numa estrada vazia e numa paisagem deserta. Esse homem sou eu. O enterro é o teu. Não quero assistir à tua cremação; não quero receber um frasco com as tuas cinzas. Ouço a voz de Kathleen Ferrier que canta: Die Welt ist leer; Ich will nicht leben mehr. E acordo. Vigio a tua respiração, a minha mão aflora-te. Cada um de nós gostaria de não sobreviver à morte do outro. Muitas vezes dissemos um ao outro que, no caso impossível de termos uma segunda vida, quereríamos passá-la juntos.”
Assim terminou André Gorz a sua carta a D.
Leio-a junto a um rio de corrente verde, peixes que se multiplicam e aragem quente a passar entre os dedos dos pés.
Entro no rio, os peixes picam.
Vêm-me aos olhos imagens emprestadas, narrativas intransmissíveis, um pequeno pássaro que quase parte um ramo de árvore. E alguns aviões sincronizados. Vêm-me aos olhos a tua morte e a minha, vêm-me aos olhos como será ver-nos de fora, hoje a água está mais clara e o fundo próximo talvez ajude qualquer coisa a brilhar.
Vigio a minha respiração. Não há outra mão nem qualquer flor.
Projecto-me no "daqui a muitos anos”: como saberei, então, falar desta tarde, deste rio? O que sobreviverá desta carta em mim? Como não perder nunca esta aragem quente, o gancho do cabelo solta-se, esta vida apenas? Como acabar de fazer oitenta e dois anos? E as silhuetas dos homens? A tua morte? A tua morte?
Lembro-me de outra frase da carta que acabo de ler: "Para ti, que dando-me Tu, deste-me Eu.” Não sei se entendo. Mas acho tão bonito. Quero sabê-la de cor, não esquecer nunca. Repeti-la-ei até ao sol se pôr.
E, então, vem-me aos olhos o rosto comprido de uma grande amiga, tão terno, dizendo: "Partiu-se tudo, mas revelou-se um coração”.
E eu nunca hei-de receber um frasco com as tuas cinzas.»
Sofia Dinger
*A autora não escreve segundo o Acordo Ortográfico
CONCEÇÃO E INTERPRETAÇÃO Sofia Dinger
LUZ Daniel Worm
AGRADECIMENTOS Ana Dinger, António Duarte, Clara Dinger, João Ferro Martins, Gonçalo Alegria, Luisa Crick, Tiago Oliveira
LOCAL DE APRESENTAÇÃO Espaço Alkantara
ANO 2017
Sofia Dinger
Sofia Dinger frequenta o mestrado em teatro na escola Das Arts, em Amesterdão. Tem investido continuamente em formação adicional com pessoas como Rogério de Carvalho, João Fiadeiro, Carlota Lagido, Ângela Schanelec, Olga Mesa, Beatriz Batarda, Vera Mantero, Miguel Loureiro, Thomas Richards, Jonathan Burrows, Kassys... Sofia criou e interpretou Grande Ilusão (Temps d’Images, 2014), Nothing’s ever yours to keep (Maria Matos Teatro Municipal, 2011) e Noites Brancas (parceria com Paula Diogo e Mónica Calle para o Festival de Almada, 2013).
Enquanto intérprete trabalhou com Mónica Calle, Blitz Theatre Group, Sara Carinhas, Rui Catalão, Teatro do Vestido, Francisco Salgado. Em cinema, cruzou-se com realizadores como Leonardo Mouramateus, André Lage, Paulo Menezes e Pedro Filipe Marques.
Recebeu o Prémio Bernardo Santareno, na categoria de atriz revelação (2011) e uma menção honrosa pela performance na curta-metragem Lullaby (André Lage), na 16ª edição do Festival de Cinema Luso Brasileiro de Santa Maria da Feira.
Em 2013, integrou o laboratório Try Angle e em 2015, ingressou no 1Space, projecto entre Portugal, Congo, Palestina e África do Sul no qual conheceu Faustin Linyekula, Jozef Wouters, Tony Chakar.
São tantas as pessoas. Anda às voltas pelo mundo.
http://cargocollective.com/sofiadinger/index
Performance TRAÇA: Histórias de um amor
De um lado e de outro
Sinopse
«De um lado e de outro. Capturando e sendo capturados. Há algo de nós que se revê nestas imagens, tanto a registar banalidades com ternura e missão de arquivista, como nos gestos atrapalhados ou exageradamente medidos que denunciam a presença estranha deste objecto com que tentamos fixar a vida.Começámos por pensar o projecto como um modo de esquecimento, a tentativa de uma escrita hesitante, "caseira” no limiar da premeditação e da aleatoriedade. Como se nos quiséssemos aproximar do simples prazer da captura, numa quase ausência de técnica que tem o defeito, ou talvez a virtude, de revelar sempre mais do que aquilo que pensamos estar a revelar. E colocando-nos num lugar de mediação, vamos partilhando o percurso do nosso olhar sobre as imagens, através de um inevitável recuo que procura devolver ao quotidiano a sua estranheza. Trazendo para primeiro plano gestos, sons e vozes periféricas, objectos apaziguados na sua condição utilitária ou decorativa, e também as formas, as cores, as linhas que atravessam e habitam as imagens. Tudo isto, confundindo os olhares de quem captura com os de quem é capturado, numa tensão que aproxima a vida deles da nossa, da de outros, de todos e de ninguém.»
*Os autores não escrevem segundo o Acordo Ortográfico
Sofia Dias & Vítor Roriz
CONCEPÇÃO E PERFORMANCE Sofia Dias & Vítor Roriz
PRODUÇÃO S&V
AGRADECIMENTOS Acácio de Carvalho, Christiane Jatahy, Alex Cassal, Isabel Abreu, Raquel André, Miguel Aguiar
LOCAL DE APRESENTAÇÃO DA PERFORMANCE Espaço Alkantara
ANO 2017
Sofia Dias & Vítor Roriz
Sofia Dias e Vítor Roriz são coreógrafos e bailarinos a colaborar desde 2006. Tendo por base o movimento e o gesto, Sofia e Vítor, têm alargado a sua pesquisa à natureza dúctil da palavra, tanto dita como escrita e à relação entre corpo e objecto. Os seus projectos reflectem uma multiplicidade de interesses e embora a maior parte tenha sido concebida para o palco, têm apresentado experiências sonoras, site-specific, performances e instalações. Nos seus dez anos de colaboração apresentaram cerca de quinze trabalhos em 17 países. Desde 2006 que leccionam workshops e aulas regulares a profissionais, amadores e crianças em Portugal e no estrangeiro. O seu interesse crescente por formas de partilha e reflexão entre pares, levou-os à organização desde 2012 de várias residências e encontros entre artistas, dos quais destacam o projecto Aware em parceria com o Alkantara. Enquanto dupla têm vindo a colaborar com outros coreógrafos, artistas plásticos e encenadores, entre os quais Catarina Dias, Lara Torres, Marco Martins, Clara Andermatt, Mark Tompkins, Gonçalo Waddington & Carla Maciel, Tim Etchells e Tiago Rodrigues.
Performance TRAÇA: De um lado e de outro
Rua de São Félix
Sinopse
Rua de São Félix é a projeção de um filme
Uma possibilidade de um olhar sobre uma rua. Uma rua filmada pela mãe da Dona Manuela, uma rua filmada pela Raquel, uma rua filmada pela Dona Manuela.
Afinal quantos filmes, quantas histórias acontecem na Rua de São Félix? Que filme uma Rua conta?
Partindo do arquivo familiar da Dona Manuela, são criados novos filmes que contam a história de uma Rua, ou de quem já passou nela, ou de quem nunca viu a Rua de São Félix mas que poderá sempre imaginar um novo filme.
CRIAÇÃO Raquel André
COLABORAÇÃO ARTÍSTICA António Pedro Lopes
EDIÇÃO E CAPTAÇÃO DE SOM Afonso Sousa
PRODUÇÃO Mónica TalinaAGRADECIMENTOS Maria Manuela de Sousa, Teatro Nacional D. Maria II, Escola Básica Nuno Gonçalves, Equipa do Instituto Hidrográfico, Carlos Dias, Christiane Jatahy, Sofia Dias, Vítor Roriz, Alex Cassal, Isabel Abreu e Miguel Aguiar
LOCAL DE APRESENTAÇÃO DA PERFORMANCE Instituto Hidrográfico
ANO 2017
Raquel André
Raquel André desenvolve o seu trabalho artístico desde que se conhece como gente. Um dia pegou numa caixa de papelão cheia de cartas escritas à mão, correspondência de uma família nos anos 70, 80 e 90 e daí criou o seu primeiro trabalho autoral em 2009. Desde então que se tem interessado pelo colecionismo, especialmente pelo Colecionismo nas Artes Performativas, tendo sido essa a sua dissertação de Mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, com Bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.
É licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, estudou e aproximou-se de vários artistas portugueses de diversas linguagens artísticas, passou pela televisão portuguesa e apresentou as suas criações em Portugal, Espanha, Polónia, Berlim, Bélgico, Cuba, Argentina e Brasil. Foi em 2011 que pisou pela primeira vez o Rio de Janeiro, ganhou a Bolsa Inov-Art e uma residência de cinco meses na Cia dos Atores, passou cinco anos a trabalhar perto de Bel Garcia, Cesar Augusto, Marco Nanini e Fernando Libonati.
Em 2014 começou a sua Colecção de Amantes, estreou em 2015 no Teatro Nacional D.Maria II e em 2016 estreou a Colecção de Coleccionadores vencedora da Bolsa Isabel Alves Costa no Teatro Rivoli.
Atualmente vive numa ponte aérea, sabe que quer continuar a viajar com a certeza que será o seu coração que a fará movimentar-se com as suas criações, como performer, atriz, diretora/encenadora, programadora, produtora e como colecionadora obstinada pelo efémero. É artista convidada da rede europeia APAP (Advancing Performing Arts Project – Performing Europe 2020), sob o apoio do Teatro Nacional D. Maria II.
Performance TRAÇA: Rua de São Félix
Até descobrir o voo no mar
Sinopse
Repetir. Repetir as histórias. Repetir. Repetir os gestos. Repetir. Repetir até que as memórias se confundam. Repetir até perder a memória. Repetir até acreditar na memória. Repetir até ser a minha memória. Repetir até voar na praia com o meu pai.
CRIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO Isabel Abreu
TEXTO A partir de depoimentos recolhidos na Madragoa e de uma história de Dulce Maria Cardoso
SOM Pedro Costa
AGRADECIMENTOS Alex Cassal, Christiane Jatahy, Dulce Maria Cardoso, Sofia Dias & Vítor Roriz, Miguel Aguiar, Maria Manuela de Sousa, Raquel André, Tiago Guedes, Centro Comunitário da Madragoa, Grupo de Teatro Anzol Castiço e todas as pessoas que me emprestaram as suas histórias
LOCAL DE APRESENTAÇÃO DA PERFORMANCE Centro Comunitário da Madragoa
ANO 2017
Isabel Abreu
Isabel Abreu é licenciada em teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Foi dirigida por encenadores como Marco Martins, Tiago Guedes, Tiago Rodrigues, Nuno Cardoso, Ana Luísa Guimarães, Rui Mendes, João Mota, entre muitos outros. Além do seu percurso premiado como atriz de teatro, Isabel Abreu também ganhou notoriedade e reconhecimento pelo seu trabalho em televisão e cinema.
Em 2011, foi premiada na categoria de Melhor Atriz pela peça Blackbird de David Harower, pela Sociedade Portuguesa de Autores. Em 2015,foi premiada na categoria de Melhor Atriz de Cinema Português pelos Caminhos do Cinema Português. Entre as várias distinções, foi também nomeada para o prémio de Melhor Atriz no Festival de Televisão de Monte Carlo, pela sua interpretação na minissérie Noite Sangrenta e para o Globo de Ouro de Melhor Atriz, pelo espetáculo Três dedos abaixo do joelho.
Em cinema, trabalhou com realizadores como Sandro Aguilar, em Zona (2008), Voodoo (2010), Sinais de serenidades por coisas sem sentido (2012) e Bunker (2015); Tiago Guedes e Frederico Serra em Entre os dedos (2008); Tiago Guedes em Coro dos Amantes (2014); Mariana Gaivão em Solo (2012), entre outros. Participou recentemente na fotonovela escrita por Tiago Rodrigues, editada pela Revista Granta. Foi convidada para participar na mostra de escritores portugueses em Nova York, no Metropolitan Museum (2014), com a leitura de textos de Afonso Cruz.
Performance TRAÇA: Até descobrir o voo no mar
Eu fui mexer nas coisas todas
Sinopse
Uma casa na Lapa. E as memórias de Maria Manuela de Sousa: "quando eu era miúda, via a máquina de filmar e etc..., mas não me interessava minimamente ver. A minha mãe morreu...”. Que mundo era este em que uma senhora filma incessantemente. Vemos Veneza, a Suíça, Angola, Sesimbra, o casamento tardio do pai, a chegada de uma tia de África... Na penumbra, a sala enche-se de vozes, e sempre esta pergunta: "Quem era? Quem era a sua mãe?” E a filha lembra-se. Lembra-se de "ter cá vindo a casa um artista brasileiro, o Ivon Curi. E que houve um jantar, lembro-me dessas fotografias, mas é assim o único acontecimento em que me lembro de estar.” Ivon Curi. Quem não se lembra? "Ela só quer/ só pensa em namorar”, cantava ele.
Jorge Silva Melo & Miguel Aguiar
TEXTO Jorge Silva Melo a partir do depoimento de Maria Manuela de Sousa Costa Almeida
COM Rita Brütt
VOZ Isabel Muñoz Cardoso
MONTAGEM Miguel Aguiar a partir dos filmes de Maria Manuela de Sousa
PRODUÇÃO Pedro Jordão/Artistas Unidos
AGRADECIMENTOS Maria Manuela de Sousa Costa Almeida, Direcção Municipal de Cultura Lisboa
LOCAL DE APRESENTAÇÃO Palácio do Machadinho
ANO 2017
Jorge Silva Melo & Miguel Aguiar
Jorge Silva Melo estudou na London Film School. Fundou e dirigiu, com Luís Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia (1973/79). Bolseiro da Fundação Gulbenkian, estagiou em Berlim junto de Peter Stein e em Milão junto de Giorgio Strehler. É autor do libreto de Le Château des Carpathes (baseado em Júlio Verne) de Philippe Hersant, das peças Seis Rapazes Três Raparigas, António, Um Rapaz de Lisboa, O Fim ou Tende Misericórdia de Nós, Prometeu, Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos, Eu Não Quero Viver baseado em Kleist, de Não Sei (em colaboração com Miguel Borges), O Navio dos Negros, Sala Vip, entre outros. Fundou em 1995 a sociedade Artistas Unidos de que é diretor artístico. Realizou longas-metragens Passagem ou A Meio Caminho, Ninguém Duas Vezes, Agosto, Coitado do Jorge, António, Um Rapaz de Lisboa, a curta-metragem A Felicidade e os documentários António Palolo e Joaquim Bravo, Évora, 1985, etc, etc, Felicidades, Conversa com Glicínia, Conversas em Leça em Casa de Álvaro Lapa, Nikias Skapinakis – O Teatro dos Outros, Álvaro Lapa: A Literatura, António Sena, A Incessante Mão, Ângelo de Sousa: Tudo o que sou capaz, A Gravura: Esta Mútua Aprendizagem, Ainda Não Acabámos e Sofia Areal: um gabinete anti-dor. Traduziu obras de Carlo Goldoni, Luigi Pirandello, Oscar Wilde, Bertolt Brecht, Georg Büchner, Lovecraft, Michelangelo Antonioni, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller e Harold Pinter.
Miguel Aguiar nasceu em 1982. Licenciado em Cinema pela Universidade da Beira Interior. Trabalhou como montador em vários filmes dos Artistas Unidos, a partir de 2012. Co-realizou com Jorge Silva Melo A África de José de Guimarães e Jogadores, a partir da peça de Pau Miró. Co-realizou com Vitor Alves a curta-metragem O Antropomorfo.
Performance TRAÇA: Eu fui mexer nas coisas todas
Fantasmas
Sinopse
«Peço desculpas, mas vou começar esta sinopse com uma longa citação de André Bazin: "Só a objectiva nos dá do objecto uma imagem capaz de ‘libertar’, do fundo do nosso inconsciente, essa necessidade de substituir um objecto por uma coisa melhor do que um decalque aproximado: o próprio objecto, mas liberto das contingências temporais. A imagem pode ser esfumada, deformada, descorada, sem valor documental; procede pela sua génese da ontologia do modelo — ela é o modelo. Daí o encanto das fotografias de álbuns, que deixam de ser os tradicionais retratos de família para serem a presença perturbadora das vidas fixadas no seu tempo, libertas do seu destino, não pelos prestígios da arte,mas em virtude de uma mecânica impassível, pois a fotografia não cria, como a arte, a eternidade, ela embalsama o tempo e apenas o subtrai à sua própria corrupção.”
É algo para se ter em mente ao assistir a esta pequena novela assombrada por exílios, naufrágios, mortes, pistas falsas,identidades trocadas, cartas perdidas, despedidas dolorosas e uma paixão avassaladora que começa nas ruas de Veneza em 1964 e vem aos tropeços até os dias atuais. Ou apenas aprecie o filme.»
Alex Cassal
CRIAÇÃO E PERFORMANCE Alex Cassal
COLABORAÇÃO Joana Frazão, Sofia Dias & Vítor Roriz
AGRADECIMENTOS Annibal Guimarães de Barros Cassal, Maria Helena Gomes de Sousa, Maria Manuela Gomes de Sousa, Maria Manuela de Sousa Costa Almeida, equipa da Companhia Olga Roriz e do Instituto Hidrográfico
LOCAL ONDE FOI APRESENTADA Instituto Hidrográfico
ANO 2017
Alex Cassal
Alex Cassal nasceu em Porto Alegre, Brasil, em 1967. Encenador, dramaturgo e ator, licenciado em História. Faz parte do grupo brasileiro Foguetes Maravilha, responsável por espetáculos como Ele precisa começar e Ninguém falou que seria fácil. Tem colaborado com artistas das artes cénicas como Enrique Diaz, Dani Lima, Paula Diogo, Cláudia Gaiolas, Michelle Moura e Gustavo Ciríaco. Com Tiago Rodrigues, do grupo Mundo Perfeito, participou nos projetos Estúdios, Hotel Lutécia e Mundo Maravilha. O seu vídeo Jornada ao umbigo do mundo já foi exibido em países como Argentina, México, Cuba, Itália, Espanha, Alemanha, Grécia, Croácia, China e Japão. Em 2012, escreveu o texto Septeto Fatal para o Festival PANOS da Culturgest. Em 2016 encenou no Teatro Maria Matos o espetáculo As cidades invisíveis (apresentado também no Brasil, Argentina e Chile). Em 2017 escreveu e encenou o espetáculo Tiranossauro Rex para o Teatro Nacional D. Maria II e prepara Ex-Zombie: uma conferência para a temporada 2018 do mesmo teatro. Vive em Lisboa.
Fernando Carrilho
Biografia
Mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação pelo ISCTE, coordenador do Arquivo Municipal de Lisboa – Videoteca e realizador de vários documentários, onde se destacam: Ophiussa – Uma cidade de Fernando Pessoa (2012), A Paisagem de Artur Pastor (2014), Varinas – Um Símbolo de Lisboa (2015) e Ventura Terra – Projectar a Modernidade (2017).
Luís Martins
Biografia
Doutor em Antropologia Social, I.S.C.T.E., Universidade de Lisboa, com uma tese intitulada “Inovação e Resistência – Um estudo sobre estratégias nas companhas de pesca”. Investigador do IELT – Instituto de Estudos de Literatura e Tradição. Desenvolve atividades em áreas da antropologia, literatura e arte.
João Dias
Biografia
Doutor em História Medieval e Moderna pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É professor da mesma faculdade onde rege cadeiras no âmbito da História Medieval e Moderna; Paleografia e Diplomática; História do Livro e Vida Quotidiana Quinhentista. Dirige o Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa e é autor de um vastíssimo trabalho de publicação de fontes históricas.
Carlos Carreto
Biografia
Professor Catedrático da Nova FCSH, onde é Subdiretor e Presidente do Conselho Pedagógico. É investigador e Subcoordenador do IELT, com trabalho nas áreas da Literatura Francesa, Estudos Medievais, Teoria da Literatura e Imaginário. É membro fundador da revista Sigila e tem-se dedicado às relações entre Tradição, Mito e Literatura com foco na narrativa medieval.
Biografia
António Pedro Ferreira. Lisboa, 1957.
A paixão pela fotografia surge cedo e por volta dos 10 anos obtém a sua primeira máquina. Ainda no liceu Padre António Vieira aproveita as visitas de estudo para fazer as suas primeiras “reportagens” e, é ali também, que apresenta a primeira exposição, ainda como aluno.
Em 1975 inicia a formação superior na Faculdade de Medicina de Lisboa. Ainda que tenha concluído o curso e realizado o seu estágio no Hospital dos Capuchos, a fotografia falou mais alto.
Em 1978 abandona a Medicina, em termos profissionais, e inicia-se como fotógrafo na revista Música e Som, onde publica a sua primeira fotografia, mudando-se pouco depois para a revista TV Guia.
Nesse mesmo ano vê publicada uma foto sua no jornal Expresso.
Em 1980 viaja pela primeira vez até Paris na companhia do amigo, e também fotografo, Luís Carvalho. É, aliás, nessa época que toma contacto com a obra de Henri Cartier-Bresson que muito o impressiona. Em Paris contacta com uma realidade totalmente diversa da portuguesa. Em Portugal pouco mais havia que o Século Ilustrado, onde a divulgação das fotografias de Eduardo Gageiro eram já, na altura, um ponto de referência para António Pedro Ferreira e muitos fotógrafos da época.
Na capital francesa entra pela primeira vez no universo internacional da fotografia. Ali, percorre exposições e conhece nomes de referência que o vão marcar e influenciar, de sobremaneira, o seu trabalho, nomeadamente o do editor Claude Loury e de Jean-Claude Lemagny, diretor de estampas e fotografias da Biblioteca Nacional de Paris, a quem entrega um portfólio. Nesta altura estabelece, também, os primeiros contactos com a agência Magnum.
1982: os portugueses em França
É o realizador António Pedro Vasconcelos quem, durante uma entrevista para a TV Guia, lhe fala na existência de uma bolsa de pós-graduação do Ministério da Cultura que, nesse ano, contemplava pela primeira vez a fotografia e cuja temática era os portugueses em França.
Decidiu então concorrer e, para isso, pede a Jean-Claude Lemagny que seja o orientador da mesma obtendo ainda, por sugestão do seu amigo José Reis, também fotógrafo, uma carta de recomendação da agência Magnun.
Parte para Paris em 1982, onde fica durante cerca de dois anos, percorrendo de perto o universo da comunidade emigrante portuguesa e fotografando tudo o que pode do seu dia a dia. Esta série fotográfica que viria a ser umas das mais significativas do seu trabalho espelha, sobretudo, uma comunidade em transição para as cité de transit, nomeadamente para La Pampa, em Saint Denis ao norte de Paris, e também outros locais onde a comunidade se vai instalando.
Expõe este trabalho em 1983, no Centro George Pompidou em Paris e mais tarde, em 1996, no Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa, acabando a autarquia por adquirir 40 fotografias desta série fotográfica.
Em 2010 repõe algumas imagens deste projeto na galeria Kamerofoto em Lisboa, numa outra exposição que intitulou, “Segunda Escolha”.
Como foto jornalista, ao longo da sua carreira, António Pedro Ferreira cobriu eventos em diversos pontos do globo, nomeadamente na Etiópia, Paquistão, Tailândia, Peru, Moçambique, Angola, Brasil, Tanzânia e Burundi.
De todos eles, o trabalho que realizou no Kosovo em 1999, onde esteve com a jornalista Luisa Meireles, foi um dos que mais o impressionou pela sua enorme intensidade, não só do ponto de vista fotográfico, mas também humano.
Os Rostos de Fátima
Desde 1979, António Pedro Ferreira iniciou no Santuário de Fátima a realização de um conjunto de fotografias que considera um dos projetos mais fascinantes do seu trabalho. Com estas imagens publicou, em 2017, o livro “Fátima 1979-2006”. As fotos dariam, aliás, origem em 2021 a uma exposição, no próprio santuário, integrada na série “Rostos de Fátima”.
António Pedro Ferreira trabalha desde 1987 para o jornal Expresso, integrando desde 1989 os quadros deste jornal. O seu trabalho foi publicado em diversas revistas internacionais, como a “Time” e “Libération”, tendo sido distinguido, em 1996, com o Grande Prémio Gazeta de Jornalismo.
Mário Gouveia in Revista Descendências
Biografia
Eurico Lino do Vale, Porto 1966.
Plano de estudos completo do Ar.Co; Lisboa, Portugal. Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian no Royal College of Art; Londres e Meister Shuller pela Academia de Belas Artes de Duesseldorf; Alemanha. Usa o retrato como tema central no seu trabalho explorando complexidade que o envolve, como a questão da identidade, representação e memória. Expõe individualmente desde 1999. Entre os trabalhos destacam-se “Retratos de Alfama”, Arquivo da Câmara Municipal de Lisboa; “A Nova Geração”, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; “Retratos de Homens”, Galeria Luis Serpa, Lisboa, Portugal; “Retratos dos Túmulos dos Reis de Portugal”, Galeria Carlos Carvalho, Arte Contemporanea, ou mais recentemente “ Retratos de Sombras” Museu Berardo/Prémio Bes Photo. O seu trabalho está representado em colecções públicas e privadas tais como: Colecção permanente do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; Colecção da Maison Europeene de la Fotografie, Paris, França; Coleção Fundação PLMJ, Lisboa, Portugal; Coleção Banco Central Europeu, Frankfurt, Alemanha; Coleção Banco Espírito Santo, Portugal, entre outras.
Isabel Corda
Biografia
Coordenadora do Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa, desde 2018, sendo responsável pela gestão e preservação do acervo, assim como pela programação cultural. Licenciada em História (FCSH/UNL 1989) e Pós-graduada em Museologia e Conservação (ULHT 1997). Ingressou na CML em 1992 para integrar o Departamento de Conservação e coordenar, até 2017, a área de Tratamento Documental do Arquivo Fotográfico. Participa regularmente em projetos de exposição, desenvolve investigação na área da história da fotografia e no domínio da descrição arquivística. Foi docente convidada, lecionando os Módulos de Conservação e Arquivo e a disciplina de Projeto II, da Licenciatura de Tecnologia da Comunicação Audiovisual, da ESEIG/IPP (2001-2005). Atualmente integra a bolsa de formadores da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas, Profissionais da Informação e Documentação.
E-mail: isabel.corda@cm-lisboa.pt
Raquel Rodrigues
Biografia
Nasceu em Lisboa, 2003. Desde pequena acompanhada pela sua câmera infantil, cultivou uma paixão pela fotografia. Em 2021 realizou voluntariado em Kamnik, Eslovénia, onde redescobrir o seu amor pela imagem. Encontra-se no último ano da licenciatura em Fotografia e Cultura Visual no IADE, UE, Lisboa (2025). Durante este período da sua vida demonstrou um interesse pela fotografia de moda e encontrou um meio de expressão pessoal através da fotografia autoral e da imagem em movimento dando vida às suas fotografias através de filmes.
Ser e Quo Vadis
Sinopse
QUO VADIS
É um projeto profundamente autobiográfico, que reflete uma jornada de introspeção e libertação. Através de uma abordagem intensa, esta série de fotografias explora temas como ansiedade, depressão, dissociação, nudez com uma agressividade implícita e a sensação de falta de auto-reconhecimento. Cada imagem carrega em si o desconforto e a vulnerabilidade vividos, convidando o espectador a mergulhar numa experiência crua e visceral.
SER
É uma obra profundamente autobiográfica que reflete a minha experiência subjetiva e emocional através da fotografia, assumindo a forma de um livro concebido inteiramente por mim, desde o conceito até à materialização. Através deste projeto, procuro estabelecer uma conexão profunda entre o ser humano, a minha própria identidade e a natureza, explorando os sentimentos de dissociação e ansiedade. "SER" surge como uma necessidade de traduzir visualmente a fragmentação da experiência humana, abordando a relação entre eu e o mundo natural como uma tentativa de reconexão. O projeto inspira-se no conceito kantiano do sublime, que ultrapassa a compreensão racional e convida o espectador a sentir algo maior e mais profundo. A natureza, enquanto elemento recorrente no meu trabalho, representa um espaço de transcendência e reflexão, contrastando com o desconforto da dissociação.
Docente: Octávio Alcântara
André Cordeiro
Biografia
Vive e trabalha em Lisboa. Desde cedo ligado às artes visuais, entre afotografia, imagem em movimento ou o desenho. Licenciou-se em Fotografia e Cultura Visual no IADE; concluiu 5 anos de desenho no Ar.co e participou no programa de estudos da Maumaus. Em 2023 colaborou com a ZONE Independente Publisher, Roma/Istanbul; 2024 participa no MATE - Music Art Technology Education, exposição colectiva em Coimbra, no Convento de São Francisco, (instalação vídeo); 2024 exposição coletiva dos alunos finalistas da licenciatura de Fotografia e Cultura Visual do IADE na Galeria Homem Mau.
De momento frequenta o mestrado de Design e Cultura Visual no IADE e conclui o curso Project and Photobook Creation Course no Atelier de Lisboa. O seu trabalho rege-se por interseções de tempo e memória.
These Violent Flowers
Sinopse
André Cordeiro reúne um corpo de trabalho fotográfico onde o envolvimento com o que é da ordem do sensorial parece tornar-se evidente na sua prática, assim como a ideia de ausência como um lugar abstrato. Tal lugar funde-se com o tempo e a memória, através de uma fotografia a preto e branco que distancia a realidade representada. A ausência assume um espaço de enorme potencial, que se espalha rizomaticamente e que parece ser uma questão circular. Esta ideia é passada também para a imagem em movimento, onde a sensação de tempo estendido ganha outra expressividade.
Docente: Octávio Alcântara
Clara Pestana
Biografia
Nasceu em Lisboa em 2005, atualmente frequenta a licenciatura em Arte Multimédia da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
I Agree (2024)
Sinopse
I Agree é uma série de 98 imagens que através da repetição e da exposição gradual do meu corpo, comunica questões relacionadas com o anonimato e a privacidade, em particular no contexto digital em que diariamente consentimos a mercantilização dos nossos dados.
Docente: Rogério Taveira
Margarida Cruz (São Miguel, 2005)
Biografia
Vive em Lisboa onde frequenta a licenciatura em Arte Multimédia da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Tem desenvolvido projetos nas áreas da fotografia, vídeo e instalação.
Fulgor (2024)
Sinopse
Fulgor parte da vontade de captar algo pertencente a um universo subconsciente, do sonho. Em registos diários e através da luz procuro uma dualidade entre a presença do corpo em câmara e atrás da câmara, aquilo que observo e como observo. Entre paisagens, objetos ou detalhes surgem registos um tanto invulgares, mas nos quais encontro familiaridade, uma espécie de conforto inconsciente, como se estes elementos fizessem parte de uma memória outrora esquecida.
Este projeto surge no verão de 2024 em São Miguel, Açores e transporta-se inevitavelmente para Lisboa.
Docente: Rogério Taveira
Soraia Estrada Silva
Biografia
Natural de Leiria (1992), desenvolve um percurso académico e profissional marcado por uma abordagem multidisciplinar, com um interesse contínuo pelas áreas sociais. Em 2012, iniciou a sua formação em Medicina Chinesa na UMC — experiência que ampliou a sua perceção do corpo, do espaço e das relações, refletindo-se no seu pensamento artístico. Em 2022, concluiu a licenciatura em Fotografia no Instituto Politécnico de Tomar. A sua prática fotográfica centra-se na experimentação, recorrendo a diversos materiais com o objetivo de criar composições visuais que interrogam a natureza da realidade. Atualmente, é finalista do Mestrado em Artes do Som e da Imagem na ESAD e frequenta o curso de Imagem em Movimento na escola Atelier de Lisboa.
E-mail: soraiastrada@gmail.com
O movimento procura a luz
Sinopse
Entre o real e o imaginado, o cérebro humano opera sem fronteiras definidas. A perceção do universo, longe de ser objetiva, reflete a nossa vontade constante de encontrar sentido num mundo que nunca se revela por completo. Se a realidade é uma construção sensível, onde termina a experiência e começa a invenção? A investigação parte da vontade de compreender como o ser humano perceciona, experiência e interpreta o espaço que o rodeia, reconhecendo no Cosmos a expressão dessa procura por significado. A fotografia, utilizada como ferramenta exploratória e reflexiva, questiona a relação entre perceção, imagem e realidade, propondo uma leitura em que o universo exterior e os mundos internos se fundem, dissolvendo as fronteiras entre o que é visto e o que é imaginado.
Docentes: Rui Gonçalves e Miguel Rodrigues
Patrícia Silva
Biografia
Finalista do curso de fotografia do Instituto Politécnico de Tomar. No semestre passado esteve na Lituânia no âmbito do projeto Erasmus onde desenvolveu trabalho fotográfico onde aborda a fronteira como tema, explorando uma zona específica situada entre a Lituânia e Kaliningrado.
e-mail: aps.dasilva@hotmail.com
site: https://apsdasilva.myportfolio.com
TVOROS
Sinopse
Fronteira
- uma linha que separa dois países, divisões administrativas ou outras áreas.
- a borda ou limite de algo, ou a parte próxima a ele.
Este projeto de fotografia documental mergulha na vida quotidiana, nas paisagens e nas identidades culturais das cidades lituanas situadas na fronteira com a região de Kaliningrado, na Rússia. Essas comunidades são afetadas por um passado histórico complexo e um futuro incerto.
Através de uma combinação de retratos e paisagens, TVOROS documenta as maneiras subtis, porém profundas, pelas quais a fronteira influencia a existência diária. Outrora postos estratégicos da era soviética, estes lugares agora existem em um espaço liminar — presas entre a integração europeia e a sombra sempre presente do vizinho russo.
As imagens capturam vestígios do período soviético, ambientes urbanos e naturais abandonados, e antigos postos de fronteira, justapostos a sinais da vida contemporânea e das rotinas daqueles que vivem silenciosamente próximos a um dos enclaves mais militarizados da Europa.
Para além das paisagens físicas, o projeto também explora as dimensões emocionais e culturais da vida nessas cidades fronteiriças. Ele apresenta histórias de pessoas com uma ligação próxima à fronteira e ao seu significado, destacando o impacto econômico e o peso psicológico que ela carrega.
A proximidade com esse território serve como lembrete da tensão política atual e também como um eco do passado que marcou a Lituânia nos anos 90. Ao reunir essas histórias pessoais com a atmosfera histórica e política, TVOROS oferece uma perspetiva visual sobre o que significa viver entre essas duas realidades — e o que significa ter essa fronteira tanto como força física e invisível quanto como presença mental.
Docentes: Rui Gonçalves e Miguel Rodrigues
Laura Lopes (n.2003)
Biografia
Vive e trabalha em Lisboa e é aluna finalista de fotografia na Universidade Lusófona. A sua prática está fundamentalmente enraizada na experiência feminina e no culto à natureza, expressando-se através de vários mediums e explorando as várias dimensões do arquivo e da imagem vernacular, bem como o nu e fotografia conceitual. Em 2024 esteve envolvida no projeto “Spoken Truth” (programa BIP/ERASMUS +) que culminou na realização de uma exposição na LAB University of Applied Sciences, Finlândia. Em 2024 finalizou o seu primeiro fotolivro “Um Lugar Melhor”, uma abordagem documental à maternidade, que esteve incluido na exposição do Over & Out Underground,…
Um lugar melhor
Sinopse
Este projeto nasceu de uma vontade muito enraizada em mim de entender a maternidade. Comecei por procurar uma resposta na experiência das pessoas à minha volta, vi imagens, ouvi histórias, li cartas e fiz muitas perguntas. Continuei a sentir que faltava algo. Percebi que a única pessoa a quem não tinha perguntado era a minha própria mãe. Eu e a minha mãe sempre tivemos uma relação muito intensa, agora percebo que é por sermos muito parecidas. Quando era adolescente dizia que não queria ser nada como ela, agora espero poder ser pelo menos metade da mulher que ela é, um dia. Acho que me faltava ser mulher para entender que a minha mãe também o é. Que a minha mãe antes de ser mãe também foi filha, e menina, e mulher. Que a minha mãe é uma reflexão de todas as mulheres que a amaram bem, e de toda a gente que não o fez. Tudo começou com uma caixa de fotografias que a minha tia me deixou quando morreu, no ano passado. À medida que comecei a desbravar a imensidão de imagens que tinha ali, percebi que de alguma forma a maneira de amar da minha tia era observar. Havia fotos de toda a gente. Especialmente da minha mãe e da minha avó. Sem querer a minha tia criou um acervo de toda a gente que já as amou. Decidi então que queria entender a maternidade através da experiência feminina da minha mãe de amar e ser amada, e de cuidar e ser cuidada. Entender que a maternidade não se cinge ao laço biológico, que no fundo não passa de cuidado e ternura, e de estar presente. Tudo isso era palpável nas fotos, no olhar de quem as tirou, na expressão do que era fotografado, no apreço pelo guardar. Essas mesmas imagens foram um prelúdio às conversas, no início começadas por mim numa tentativa de compreender a linguagem por trás daquelas imagens, entender o antes e o depois, o porquê. A rotina e o espaço de fala que aquelas fotografias abriram, tiraram a minha mãe do papel de matéria e colocaram-na como guia desta pesquisa. Foi assim que o projeto saiu da caixa e começou a estender-se a outros vários arquivos, e outras várias histórias. Sempre com a minha mãe como narradora principal. Este trabalho é dela. É ela a dar-se a conhecer a mim, a deixar que eu entre. Somos nós e todas as outras mulheres que nos amaram antes de nós nos amarmos uma à outra. A minha mãe não conhecia a cara da minha avó, mas a mim faltava-me conhecer melhor o coração da minha mãe.
Docentes: Rodrigo Peixoto e Orlando Franco
Mag Rodrigues
Biografia
Formada em Fotografia e autora de várias séries de trabalhos documentais e de autor, como por exemplo - Subsolo (2018), As Senhoras (2019), Património (2020/21), Covidário (2021), Homenagem à Pacheca e a Todas as Pachecas deste Mundo (2021), Família (2021/22), Fado Ruivo (2022) e A Cor da Luz (2022/23), etc.
Subsolo foi incluído na lista de Best 20 Portfolios no Imago Lisboa Photo Festival de 2019 e a série fotográfica Família valeu-lhe o prémio Melhor Exposição de 2021, atribuído pela plataforma online Dezanove, tendo sido exposta em Paris no âmbito da Temporada Portugal-França 2022, no Pride Marseille 2023, em Guimarães, entre outras cidades nacionais. Em 2023, incluído na exposição coletiva O Cerco de Lisboa, esteve exposto no Arquivo Municipal de Lisboa A Cor da Luz - Retratos de Pessoas Albinas. As obras deste trabalho foram publicadas na revista Granta n.º 10 e na revista National Geographic Portugal.
Mag foi a vencedora da Residência Artística em Fotografia de 2023, em Cabo Verde, na Ilha de Santiago, num protocolo de cooperação entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Instituto Camões.
Encontra-se agora a frequentar mestrado em Fotografia.
Retratos
Sinopse
Retratos em diferentes contextos de invisibilidade. Um olhar direto sobre minorias e sobre dignidade.
Docentes: Rodrigo Peixoto e Orlando Franco
Iana Ferreira
Biografia
Estudou Fotografia na Escola Artística António Arroio e formou-se em Imagem no Curso de Cinema da Escola Superior Teatro e Cinema (1993). Doutorou-se pela FCSH (2020) com o tema Ambientes Luminosos. Trabalha há 30 anos em Imagem, em Cinema, onde fez direção de fotografia de curtas-metragens, entre as quais ‘A Piscina’ (2004), que co-realiza, com estreia na 61ª Bienal de Veneza. Participou como Assistente de Imagem em mais de quatro dezenas longas e curtas-metragens. Atualmente é professora de Imagem na Escola Sup. de Teatro e Cinema.
Desde 2021 retomou o seu trabalho na fotografia, tendo, desde então, desenvolvido projetos de fotografia e vídeo e em trabalhos de investigação, residências e ateliers. Entre eles a exposição individual "Pausa" na Galeria Lapso (2022), o projeto coletivo "O Estado da Água" pela DGArtes (2023-24) e a exposição coletiva "Arquipélagos" no Atelier de Lisboa (2024).
ALÉM DA FLUIDEZ E DA RESISTÊNCIA
Sinopse
A experiência da água e dos ambientes que a rodeiam. A atenção aos espaços, por ela delineados na sua presença e ausência, habitados e desabitados.
Docente: Bruno Sequeira
Marta Gomes
Biografia
Mestrado em Ciências Documentais, coordena, desde 2001, a biblioteca do Arquivo Municipal de Lisboa e, desde 2011, diversas iniciativas culturais promovidas pelo Arquivo Municipal. Coordenadora editorial da revista científica Cadernos do Arquivo Municipal desde 2014. Formadora na área das Ciências da Informação desde 2013.
Filipa Rosa
Biografia
Vive e trabalha em Lisboa como artista e designer. É atualmente estudante no Mestrado de Fotografia da Universidade Lusófona de Lisboa. Em 2024 conclui o curso ‘Projeto e Construção de um Livro’ (Atelier de Lisboa). Participa no workshop ‘O Acto de Caminhar como Metodologia e Prática Artística e Fotográfica’ em 2022 (Atelier de Lisboa). É licenciada em artes plásticas pela London Guildhall University (‘BA Fine Art’, 2002) e o diploma de ‘Fine Art Foundation’ do Kent Institute of Art & Design de Maidstone (UK), 1999. Acompanhou-a sempre, de forma privada, uma atividade artística que alia elementos das artes plásticas, do design gráfico editorial, da fotografia e da escrita.
EIXOS
Sinopse
Encontro no ato de caminhar-fotografar uma prática quase meditativa (de atenção, foco, enquadramento e reflexão) que me permite conectar com o lugar. O projeto ‘Eixos’ nasce desta necessidade de conexão com o bairro para onde eu me tinha recentemente mudado. Achei curioso aperceber-me que o bairro em questão estava naturalmente fechado e delimitado por três eixos rodoviários, o que identifiquei, não só como barreiras físicas para quem caminha, mas também como entidades de expressão simbólica. Na paisagem do bairro, e nas fotografias que tirei, encontrei um paralelismo entre a violência das vias rápidas para o caminhante e para o fluir do seu ‘sonhar acordado’, e outras barreiras contra as quais esbarravam forças pertencentes ao íntimo, à natureza e ao indomável. “Por trás das plantas, das suas sombras e cores fascinantes, erguem-se geometrias que tentam encaixotar intimidades. Demasiado estanque, o betão parece encerrar como jazigo, seres que ainda respiram. As paredes transpiram e os tijolos transparecem húmidos. Por todo o lado vejo muros, barreiras acústicas, coberturas e revestimentos. O cimento e a força que o contrapõe. Um a impedir o outro, a vedar-lhe o caminho. Então o outro luta e defende-se. Por vezes, algo dócil como uma planta, inocente como a raiz de uma árvore (anciã e sábia) quebra, estala ou rebenta a estrutura que a contém.” Nota biográfica Filipa Rosa vive e trabalha em Lisboa como artista e designer. É atualmente estudante no Mestrado de Fotografia da Universidade Lusófona de Lisboa. Em 2024 conclui o curso ‘Projeto e Construção de um Livro’ (Atelier de Lisboa). Participa no workshop ‘O Acto de Caminhar como Metodologia e Prática Artística e Fotográfica’ em 2022 (Atelier de Lisboa). É licenciada em artes plásticas pela London Guildhall University (‘BA Fine Art’, 2002) e o diploma de ‘Fine Art Foundation’ do Kent Institute of Art & Design de Maidstone (UK), 1999. Acompanhou-a sempre, de forma privada, uma atividade artística que alia elementos das artes plásticas, do design gráfico editorial, da fotografia e da escrita.
Docente: Bruno Sequeira
Íris Beatriz Teixeira (Sintra, 1992)
Biografia
Artista visual, dedicando-se especialmente à Fotografia e ao Desenho. Iniciou a sua formação em Desenho na Royal Academy of Fine Arts Antwerp, Bélgica (2010 - 2012). Em 2017 licenciou-se em Arqueologia na Universidade de Colónia, Alemanha, e em 2019 completou o seu Mestrado em Filosofia na Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa. Atualmente, estuda Fotografia no Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa.
E-mail: irisbbt@gmail.com
Being Elsewhere
Sinopse
Antes das fotografias houve um pequeno monte de desenhos abstratos feitos com lápis de cor.
E por cima dos desenhos umas pedras que tinham suficiente peso para as as folhas de papel não voarem. As folhas com as pedras estavam numa mesa na esquina do quarto, entre duas janelas.
Fotografei primeiro os desenhos e pequenas estruturas que tinha comigo para ver como a luz tocava na superfície dos materiais. Pensava nas esculturas em arame da Gego e da Ruth
Asawa, nas sombras que uma linha no espaço deita à medida que o dia vai avançando. A certa altura reparei que quando trabalhava com os negativos na câmara escura a minha
atenção já não estava com as linhas e naquilo que poderia ser considerado plano. As impressões dão um corpo à imagem. Quando trabalhava nas ampliações, tornando os
negativos em positivos, o meu olhar inevitavelmente passava a estar com os corpos no espaço, com o contra luz da janela, com as formas das pedras e a relação entre elas e os
outros objetos pousados sobre a mesa. Vi as impressões lado a lado. Penso que foi aqui que comecei verdadeiramente a fotografar.
Docente: Pedro Tropa
Maria Norton (Lisboa, 1994)
Biografia
Licenciada em Relações Internacionais e Ciência Política (Lisboa), com um mestrado sobre “Violência, conflito e desenvolvimento” (Londres),
transitando para a Fotografia no Ar.Co (Lisboa), o olhar observador e intuitivo de Maria reflete a sua sede e urgência em compreender e aprender
sobre e a partir das realidades que a rodeiam, de uma forma mais leve do que aparenta. Seja na República Democrática do Congo ou nos seus
ambientes mais íntimos em Portugal, Maria questiona essas mesmas realidades apreendidas ou como a sociedade as quer definir, quer politicamente,
quer socialmente.
E-mail: maria.norton.mgs@gmail.com
République Démocratique du Congo / Girls Just Wanna Have Fun
Sinopse
Os dois trabalhos que ponho em diálogo representam realidades diametralmente opostas, pela sua natureza e contexto, sobre as quais questiono tal como
me questiono onde me situo em relação a elas. O trabalho sobre a "République Démocratique du Congo" é de um olhar que vagueia por um país em conflito,
confrontado a anos de guerra, de violência, de pobreza e de miséria - lugares esses que, hoje, estão tomados pelo grupo armado M23. Ao invés, o trabalho
"Girls Just Wanna Have Fun" é de um olhar sobre o cotidiano, que divaga maioritariamente por ambientes noturnos, festivos, brilhantes, e aparentemente alegres,
no qual a presença humana é fugaz. Este deambular que aparenta ser leve e evasivo, é na verdade um olhar intenso e inquieto, que procura uma distração à
realidade do mundo lá de fora. É essa ambiguidade de realidades que exponho e questiono, que são reflexo do mundo de hoje, e, como uma cria a necessidade
de escape para a outra.
Docente: Pedro Tropa
