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Lisboa uma grande surpresa

Lisboa uma grande supresa

A publicação que destacamos no mês em que se assinala o Dia Mundial da Fotografia, é o catálogo da exposição homónima 'Lisboa uma grande surpresa', que decorreu no Arquivo Fotográfico em 2017. Uma mostra que trouxe ao público a coleção 'Fundo Antigo', de autoria até então desconhecida, que revela uma capital do início do século XX, em parte já desaparecida, em parte presente na memória transmitida por alguns, aspetos da malha urbana e do espaço público, da intervenção urbanística promovida pelo Município e de algumas vivências da época.

O Fundo Antigo sempre foi uma das coleções emblemáticas do vasto espólio do Arquivo Municipal de Lisboa. Um conjunto admirável, com mais de 100 anos de idade, que revela outra cidade. «Uma Lisboa, que só pelas fotografias poderemos imaginar. O Fundo Antigo é a primeira coleção que encontramos registada nos livros do Arquivo Fotográfico da (CML) - tal como era então designado - com início em 1943. Foi um dos núcleos que deu origem à constituição do Arquivo Fotográfico em 1942. É constituído por cerca de 3.800 negativos em vidro, formato 13x18 cm. Outros pequenos conjuntos de negativos, dispersos ou integrados noutras coleções, foram, entretanto, identificados como pertencentes ao Fundo Antigo e inseridos nesta coleção.»

Este conjunto documental entrou no Arquivo Fotográfico como um levantamento fotográfico de proveniência e autoria desconhecidas. Por diversas vezes se procurou compreender a sua origem e identificar os seus autores, supondo-se que se tratou de uma encomenda municipal. 
Para determinar a proveniência e autoria destas imagens, que se perpetuaram anónimas até aos nossos dias, e tomando como ponto de partida a documentação produzida pela Câmara Municipal de Lisboa (Processos Gerais de Secretaria), entre 1896 e 1912, levou-se a cabo um trabalho de investigação, o mais exaustivo possível, tendo por base algumas fontes documentais não tratadas arquivisticamente, mas devidamente localizadas no Arquivo Municipal de Lisboa. Outras fontes documentais e impressas foram igualmente esclarecedoras, da mesma forma que o encontro com familiares dos autores ajudaram a clarificar alguns pontos e a comprovar aspetos da vida profissional e pessoal. 
O cotejamento de toda a informação permitiu aferir a autoria dos negativos, compreender o seu contexto de produção, e conhecer os autores, José Candido d’Assumpção e Souza e Artur Júlio Machado, do ponto de vista biográfico, familiar e profissional.

Esta publicação encontra-se disponível para venda ou para consulta na nossa sala de leitura.